“O que pode ser cantado é melhor do que falado.”
Conforme orientação do Concílio Vaticano II, a música apropriada a liturgia é aquela que está mais intimamente integrada a ação litúrgica e ao momento ritual ao qual se destina.
A música litúrgica expressa o mistério de Cristo e a sacramentalidade da Igreja. O gesto sacramental de cantar “a uma só voz” pressupõe a participação ativa, interior, consciente, frutuosa, plena de todo o povo sacerdotal congregado no Espírito Santo, durante a ação litúrgica.
1 . Critérios para a criação e escolha do repertório litúrgico
A criação de um repertório bíblico – litúrgico pressupõe o cumprimento de alguns critérios básicos, a saber:
a) Os textos dos cantos sejam tirados da Sagrada Escritura ou inspirados nela e das fontes litúrgicas; sejam poéticos, evitando explicitações desnecessárias, moralismos, chavões;
b) As melodias sejam acessível a grande maioria da assembléia, porém, belas e inspiradas;
c) Sejam evitados melodias e textos adaptados de canções populares, trilhas sonoras de filmes e novelas;
d) Seja levado em conta o tipo de celebração, o momento ritual em que o canto será executado e as características da assembleia;
e) Sejam respeitados os tempos do ano litúrgico e suas festas;
f) Seja considerada a cultura do povo do lugar;
g) Sejam levadas em conta as dimensões comunitária, dialogal e orante nos textos e nas melodias.
2 O canto e a música nos tempos do ano litúrgico
O canto e a música devem expressar o mistério de Cristo, de acordo com o tempo litúrgico e suas festas.(Hinário Litúrgico da CNBB).
2.1 Cantar o Advento do Senhor
No início do ano litúrgico, ao longo de quatro semanas, a Igreja entoa um canto de vigilante, amorosa e alegre espera da vinda do Senhor.
2.2 Cantar o Natal do Senhor
Neste tempo, cantamos, com a euforia dos profetas e evangelistas de todos os tempos, o mistério da encarnação (Natal) e da manifestação (Epifania) do Verbo
de Deus.
2.3 Cantar a Quaresma
Cantar a quaresma é, antes de tudo, cantar a dor que se sente pelo pecado do mundo, que, em todos os tempos e de tantas maneiras, crucifica os filhos de Deus e prolonga, assim a Paixão de Cristo. É um canto de penitência e conversão, um canto sem “glória” e sem “aleluia”, um canto sem flores e sem as vestes de alegria, um grito penitente de quem implora súplica.
2.4 Cantar o Tríduo Pascal
Nesses três dias, vivenciamos, de forma condensada, o mistério Pascal de Cristo que se desdobra nas celebrações do “Tríduo Sacro” de sua morte, sepultura e ressurreição.
Missa da Ceia do Senhor – gloriar-nos na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo;
Lava-pés – mandamento do amor; Eucaristia – sacramento do amor
Celebração da Paixão do Senhor – cantamos a confiança do Servo Sofredor que se entregou, sem reservas e a esperança da vitória de seus fiéis seguidores.
Sábado Santo – cantamos o esplendor de uma luz que jamais se apagará. Proclamamos maravilhas de Deus que nos libertou das trevas da morte e nos devolveu a vida. Revigoramos nosso compromisso batismal.
2.5 Cantar a Páscoa do Senhor
O canto da igreja no tempo Pascal é de exultação e de alegria. Ressuscitados com Cristo, cantamos sua glória, sua vitória sobre a morte.
O “ aleluia” volta a ressoar em nossos lábios, invadindo todo o nosso ser com ardor sempre crescente, pois “ as coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo”.
2.6 Cantar o Tempo Comum
É o mais extenso do ano litúrgico – nos permite desfrutar de outros aspectos da vida e da missão de Jesus e seus discípulos, que não são contemplados nos tempos de Natal e Páscoa.
2.7 Cantar as solenidades e festas
Embora, ao longo do ano litúrgico, a Igreja celebre o mesmo mistério de Cristo, no decorrer da história foram sendo agregadas ao calendário litúrgico outras celebrações do Senhor, da Santíssima Virgem Maria e dos santos e santas.

Ainda foi lembrado que:
– É importante combinar com o celebrante o que será executado durante a celebração ( o que será cantado, lido, acrescentado ou omitido).
– Um roteiro, nas celebrações mais complexas e que envolvem muitas pessoas ou segmentos, é de grande valia.
– Deve “sempre” prevalecer a orientação do celebrante (padre) pois é ele quem conduzirá a celebração, e esta deve ocorrer de forma tranquila e sem surpresas.
– Para que os cantos sejam bem executados durante a celebração é importante o ensaio antes da missa (10 a 15 minutos antes), para que a comunidade se familiarize com as melodias e letras.
Relato:
Durante a celebração que ocorreu na catedral, já não foi cantado A Paz, a qual pode ser cantada como canto final, se for o caso. (Pe. Adriano me informou que ainda não recebemos nada oficial sobre a omissão ou não do canto da Paz antes do Cordeiro, então fica a critério do celebrante)
Também foi cantada a resposta das Preces da Assembleia; as intenções e avisos paroquiais foram feitos antes da celebração. Apenas a intenção da missa de 7º dia de falecimento foi relembrada pelo celebrante em momento oportuno.
O canto pós-comunhão foi alegre e num ritmo bem agitado, os demais cantos todos marchas marciais, em tons altíssimos, com grande dificuldade para serem entoados, a maioria desconhecido, o que causou um canto muito inseguro e desencontrado, em muito momentos.
Como era dia da Assunção de Nossa Senhora, ao término da celebração iniciou-se um Hino a Maria e muitos fiéis ficaram ao redor do altar para homenageá-la.
No datashow não foi exibido, leituras, evangelho ou outras partes da missa, apenas os cantos, resposta do Salmo e das Preces.
Durante o curso, alguns pontos importantíssimos referentes a organização e escolha de cantos para as celebrações foram relembrados, bem como a importância de preparar com antecedência o que será utilizado na missa para que esteja de acordo com a liturgia do dia. Foi esclarecido que todos os instrumentos são bem vindos, desde que sejam tocados de forma harmoniosa e nos momentos adequados.
Irmã Míria nos lembrou, que infelizmente, muitos participantes das missas não são “tocados” nem pela liturgia e nem pelos cantos, e que isso não deve nos desanimar, e sim, fazer com que continuemos o nosso trabalho sempre perseverantes.
Participar deste curso foi muito bom. Mostrou que estamos caminhando bem, no sentido da qualidade musical dos grupos da paróquia, pois acredito que todos tem procurado melhorar a qualidade deste trabalho que é prestado à comunidade e a Deus, com o objetivo de que a comunidade participe cada vez mais, saindo de cada celebração com o desejo de retornar.
Participantes: Luiz Felipe Salgado, Márcia Regina Gritz, Mauro Rogério Amaral