“DIA DE DOAR”

Prezado Paroquiano,
A UNIÃO PELA AVIDA é uma Campanha que os Salesianos iniciaram em 1995, para conseguir recursos financeiros para as Obras Sociais do Brasil.
Dia 1° de dezembro é o “DIA DE DOAR”.
Se puder fazer sua contribuição, segue o Cartaz com o QRcode para fazer a DOAÇÃO.
Os Salesianos agradecem sua generosa contribuição para os jovens, adolescentes e crianças mais pobres que atendem.
Em nome dos Salesianos, MUITO OBRIGADO,
P. Asídio Deretti

 

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Escola de Acompanhamento

Na Paróquia São Cristóvão está acontecendo a Escola de Acompanhamento, que favorecerá a comunidade local numa caminhada de reflexão sobre o acompanhamento. A Escola de Acompanhamento é destinada para as pessoas que trabalham no âmbito juvenil das nossas comunidades locais. Neste final de semana (16 e 17 de março de 2019), está sendo estudado o primeiro fascículo, com a temática: “Antropologia Juvenil”. O texto base utilizado para a reflexão e dinâmica da primeira etapa da escola foi escrito pelo nosso pároco, Padre Sebastião Camargo. O objetivo principal desta reflexão é propor uma visão ampla das realidades dos nossos jovens, em que o nosso irmão de caminhada Kleber Oliveira (Pastoral Juvenil) propôs para as pessoas que desenvolvem alguma atividade em nossa paróquia. Kleber Oliveira está desenvolvendo o fascículo com dinâmicas, vídeo institucional, debates em grupos. Contamos com a presença de agentes de diversas pastorais da Paróquia São Cristóvão, Comunidade Dom Bosco, Paróquia Menino Jesus de Praga.

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24.05.2017 – “Foi Ela quem tudo fez!” – Solenidade de Nossa Senhora Auxiliadora

No dia 24 de maio, mês mariano na Igreja, foi celebrada na paróquia São Cristóvão em Curitiba a solenidade da Virgem Maria Auxiliadora. A missa solene foi presidida pelo pároco, Pe. Juarez Testoni, sdb,  e concelebrada pelo Pe. Giovane Souza, sdb,  e contou com a participação da comunidade local que compareceu em grande número.  No final da celebração trinta e uma mulheres, cada uma com diferentes estampas de Nossa Senhora relembrando os diversos títulos que a Mãe de Deus recebe no mundo, depositaram essas imagem no altar, proferindo cada uma delas uma prece especial. O momento foi marcado pela grande devoção e emoção para com aquela “que tudo fez” e ainda faz em nossa vida: Nossa Senhora Auxiliadora, nossa Mãe.

Veja fotos clicando aqui!

Colaboração: Pe. Giovani Souza.

Relacionados:_________________________________________________
No próximo dia 24/06, às 19 hs teremos missa e novena em homenagem a Virgem Maria Auxiliadora. Venha mais cedo, e participe às 18 horas, do Terço Vocacional promovido pelos pré-noviços e o SAV.

PADRE ALFREDO BONA

palfredoJá são 6 anos que o P. Alfredo Bona partiu!

Partiu deixando saudades!

Nasceu na turística cidade de Rio dos Cedros, Vale do Itajaí,  no dia 20 de outubro de 1919. Do casal José e Maria nasceram 16 filhos.  Fazia  parte de uma família muito religiosa. Desde a infância demonstrou desejo de ser Sacerdote. Ser coroinha e o ingresso no seminário foi marcante na vida  de Alfredo.

Um grande marco em sua vida foi a Profissão Religiosa: Salesiano de Dom Bosco! Depois de uma longa preparação, no dia 8 de dezembro de  1949, foi ordenado Sacerdote. Escolheu como lema: Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo.

Foi um Salesiano Sacerdote muito dinâmico e criativo. Foi assistente, professor, coordenador de estudos, diretor e pároco. Trabalhou em Colégio, Paróquia, Obra Social e Seminário. Foi condecorado com o título de Cidadão Ascurrense.

No período de 1993-2010 trabalhou em Curitiba: ISAS E Vigário Paroquial na nossa Comunidade Paroquial. Teve uma vida inteira dedicada a Deus e ao povo de Deus.

Em 20 de outubro de 2009 era só alegria:90 anos de vida e 60  anos de Vida Sacerdotal. Foi a manifestação mais calorosa  de apreço que alguém já recebeu no Bairro Guaíra.

Sentia-se bem como Salesiano e como Sacerdote. Amava a Igreja e a Congregação. alfredo bonaEra uma presença viva e alegre  na Comunidade. Bom  companheiro! Dava-se bem com todos! Era otimista! Jamais foi visto de mau humor!

Era tudo pelo povo! Tinha uma predileção: os doentes.  Era todo desvelo! Foi amado pelo povo. Muitos  o tinha como um santo. Era sacerdote em tudo e acima de tudo.

Salesiano de uma fé simples. Sua presença na Comunidade foi uma constante tão profunda que edificava a todos.

  1. Alfredo foi um Salesiano Sacerdote integro! Valente! Lutador! Sua vida foi uma perene dedicação ao bem dos outros.

Sua morte foi como uma consagração de um ideal escolhido, assumido e vivido no dia-a-dia sem hesitação. Seu enterro foi um verdadeiro triunfo pela participação do povo.

Faleceu o P. Alfredo! O povo começa  a se movimentar para dar o último adeus aquele que por muitos anos soube sorrir, abençoar, confortar, instruir, orientar  e  mostrar às pessoas o caminho de Deus. Na Comunidade Paroquial São Cristóvão muitas pessoas comentavam: Por que morrem os santos?

No seu enterro vi muitos jovens, que um dia foram seus coroinhas, dando o último adeus ao bom  “velhinho “ que não cansava de ser padre. Sobre seu caixão estava uma semente que havia se tornado uma grande árvore e que aqueles jovens em torno dele eram as sementes deixadas por ele. Escreveu uma belíssima  página que não pode se perder. Sua memória não se apagará  da mente do povo do Bairro Guaíra.

Partiu pobre. Partiu abençoado por Deus e chorado pelo povo. “

Combateu o bom combate! Pregou a fé! Lutou pelo Reino de Deus!

Que o testemunho seja uma bandeira para todos nós na construção de num mundo de mais paz, de mais amor e de mais justiça.

Colaboração: P. Adriano Cemim
A VIDA DE DOM BOSCO I – Um sonho profético – Maio de 1825

A VIDA DE DOM BOSCO I – Um sonho profético – Maio de 1825

A história de Dom Bosco começa menos de dois meses após a batalha de Waterloo, em Castelnuovo d’Asti, hoje Castelnuovo Don Bosco, um povoado perto de Turim, ao norte de uma Itália redesenhada de acordo com os caprichos dos vencedores de Napoleão.

João Melchior Bosco nasceu no dia 16 de agosto de 1815, na casa do arrendador Giacinto Biglione, no povoado Morialdo, localidade dos Becchi, município de Castelnuovo d’Asti, diocese de Turim. Era filho de Francisco Luis (1784-1817) e de Margarida Occhiena (1788-1856), casados em 6 de junho de 1812. A data de nascimento está fixada à pág. 145 do livro de batizados da paróquia Santo André, em Castelnuovo d’Asti. Foi batizado no dia 17 de agosto, sendo padrinho Melchior Bosco Occhiena e madrinha Madalena Bosco. A família, naquela data, além dos pais e do recém-nascido, completava-se com Antônio (1808-1849), filho do primeiro casamento de Francisco e José Luís, nascido em 1813. Com eles vivia também a avó paterna, Margarida Zucca (1752-1826).

Francisco tinha comprado em 17 ou 18 de fevereiro de 1817 uma modesta construção disposta de depósito de feno e estala, chamada em seguida de “casinha dos Becchi”, a “Belém salesiana”, porque considerada erroneamente como aquela em que nascera João Melchior. Francisco morreu em 11 de maio de 1817.

Em 1815 uma extraordinária carestia afligia o Piemonte.

Em dezembro de 1823 João aprende a soletrar com um camponês. Em 3 de novembro de 1824 vai para a escola em Capriglio com padre Lacqua. Em março de 1825 termina a escola em Capriglio e retoma-a por poucos meses em novembro.

Casa Biglione

Propriedade da família Biglione onde nasceu São João Bosco. Se encontrava naquele lugar que hoje é conhecido como a Colina Dom Bosco, situada entre o Instituto Bernardo Semeria e o Templo. ( M. MOLINERIS, “Dom Bosco Inédito”)

biglione

A noite chega calma e serena nas colinas e vales da Itália, onde vivem os modestos camponeses. Foi mais um dia da trabalho árduo. Mas para Joãozinho Bosco foi também um dia de brinquedos. Ele agora dorme um sono tranquilo, e sonha…

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Em seu sonho, percebe jovens que brincam alegres, correm, e alguns que se desentendem e falam palavrões. Joãozinho pede a eles que não briguem nem digam blasfêmias, mas não é atendido.

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Vendo que com palavras nada conseguia, pretendeu impor seu pensamento à base de socos e bofetões. E a briga foi generalizada!

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Em meio à pancadaria, um homem se aproxima de Joãozinho e lhe fala: -”Não será com pancadas que transformarás esses jovens em amigos. Trata-os com bondade! Mostra-lhes quão bela é a virtude e quão desprezível é o vício.”

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-”Quem é o Senhor, hein? Olha, moço não dá para fazer o que Ire pede, não! Eu nunca iria conseguir!”

-”Certamente o conseguirás com obediência e estudo. Para isso, tenho aqui a mais sábia das mestras: minha mãe!”

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Nossa Senhora pede a Joãozinho que olhe em volta e diga o que vê. Ele diz que pode ver lobos, ursos e outros animais ferozes. Quando Maria pede que ele se aproxime desses animais e tente domesticá-los, Joãozinho se nega terminantemente.

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De urna hora para a outra, então, todas aquelas feras transformaram-se em cordeirinhos. João Bosco não entende mais nada.

-”Eis tua missão: procura conduzir esses jovens ao bom caminho. Leva-os a Deus! Tudo compreenderás. Torna-te humilde, forte e corajoso.”

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A visão desaparece e Joãozinho acorda. Fica a imaginar quem seria aquele Senhor tão sábio e aquela senhora tão bondosa… Assim, decidiu contar aos outros da casa o que sonhou.

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João, na manhã seguinte, conta o sonho a seus familiares. As interpretações são as mais variadas. Seus irmãos, José acha que ele será pastor de ovelhas ou caçador, já que no sonho apareciam cordeiros e animais ferozes. Antonio que será chefe de bandidos. Sua avó afirma que em sonhos não se deve acreditar. Perguntando a opinião de sua mãe, ela responde:
-”Bem, filho, talvez você seja padre, algum dia!”

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-”Acho que mamãe tem razão. Se quero acabar com as desavenças; ser padre é uma boa ideia. Minha campanha vai começar agora: apresentarei números de mágica para que a turma se divirta. Isto servirá para mantê-los afastados das brigas!”

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E assim João Bosco vai divertindo seus amigos… Todos estão ali, com os olhos pregados nos números de mágica. Ao fim de cada apresentação ele ouve palmas e elogios!

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Mas em casa não é nada disso que espera por ele. Seu irmão, Antônio, zangado, avisa a Joãozinho que terá de trabalhar, se quiser comer. De nada adianta explicar sobre a necessidade daquela diversão.

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No dia seguinte, durante a oração com os amigos, Joãozinho mostra-se preocupado, e a todo instante olha para os lados de sua casa. Seus companheiros não entendem o que se passa.

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Mesmo assim, os truques e acrobacias têm prosseguimento. A turma toda delira com as habilidades de João!

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Passa o tempo e João Bosco vai crescendo. Agora, prepara-se para a primeira comunhão, orientado por mamãe Margarida, a quem ele pede que perdoe as faltas cometidas em casa. Na quaresma de 1827 Margarida envia João para a catequese paroquial.

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A partir daquele momento, a cada dia ele estava mais ligado à existência de Deus e às maravilhas da natureza. Algumas frases não lhe saíam da cabeça – “Mostra-lhes quão bela é a virtude”… – “Você vai ser pastor” – “Talvez você seja padre, algum dia.”

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Em casa, a situação não é boa. Antônio diz não ter mais paciência para aturar alguém que só quer estudar, sem se preocupar com o trabalho. Em fevereiro de 1828 João sai de casa para ser serviçal na casa dos Moglia, em Moncucco. Ficará ai até novembro de 1829.

Observando o filho que partia, mamãe Margarida o abençoa e faz uma prece, pedindo a Deus que o acompanhe, indicando o bem caminho.

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A conselho da mãe, João procura os Moglia. Conseguiu ser aceito como serviçal no campo com a condição de o deixarem ir à escola do pároco em Moncucco enquanto deixaria de bom grado o salário. Nas horas livres ia com o pároco Francisco Cottino (1768-1840), fazendo muito proveito e progresso.

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Em sua adolescência, Bosco conhece também o padre João Calosso. O encontro aconteceu em novembro de 1829, após um sermão, durante o período das Missões. João diz ao padre do seu interesse em conduzir os jovens ao caminho do bem. Satisfeito, Calosso recomenda que cultive esse pensamento e conte com ele para continuar os estudos.

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Dom Bosco escreveu nas Memórias do Oratório: Quando chegamos à altura do caminho onde era forçoso separar-nos, deixou-me com estas palavras:

– Coragem, Vou pensar em ti e em teus estudos. Vem ver-me domingo, com tua mãe, e combinaremos tudo.

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No domingo seguinte foi, de fato, com sua mãe, e ficou combinado que O padre Calosso daria diariamente uma aula e João empregaria o resto do dia trabalhando no campo, para contentar Antônio.

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” Coloquei-me logo nas mãos do P. Calosso. Abri-me inteiramente a ele. Fiquei sabendo Assim quanto vale um guia estável, um fiel amigo da alma, que até então não tivera”, afirma D. Bosco nas Memórias do Oratório. E continua: “O digno ministro de Deus me chamou um dia e me disse: Joãozinho, puseste em mim tua confiança, e não quero que isso seja inútil. Deixa, pois, esse irmão malvado, vem comigo e terás um pai amoroso. Comuniquei à mamãe o caridoso convite, e foi uma festa em casa. No mês de abril passei a conviver com o capelão, voltando para casa somente à noitinha para dormir. O P. Calosso tornou-se um ídolo para mim”.

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Chegou o dia, no entanto, em que o P. Calosso foi vencido pelo tempo. Em abril de 1830 o P. Calosso passou mal, sofreu um ataque apoplético.  Reconheceu-me, queria falar, mas já não podia articular palavra. Deu-me a chave do dinheiro, fazendo gestos como para indicar que não a Entregasse a ninguém. Morreu no dia 21 de novembro de 1830, com 75 anos. Eram 6.000 liras. Chegaram os herdeiros e entreguei-lhes a chave e tudo o mais.

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Com a perda do mestre e companheiro, João retoma à casa da mãe. Ele continua os estudos na escola municipal de Castelnuovo. São 20 quilômetros por dia, e é inverno. Muitas vezes vai de pés descalços, para economizar calçados. Em 1830, com a chegada de Antonio à maioridade, Margarida fez a divisão dos bens patrimoniais. A casa dos Becchi foi dividida, com Antonio numa parte e José, com a mãe e o irmão na outra. A avó morreu em 1826.

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Certa noite, o sonho dos 9 anos volta a se repetir, João revê Nossa Senhora e os cordeiros. Foi asperamente repreendido por ter colocado esperança nos homens e não na bondade do Pai do céu, devido ao fato de até ter ficado doente, depois da morte do P. Calosso. Ao acordar, se sentirá mais confiante e corajoso para prosseguir e dirigir seu rebanho.

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João sentia uma verdadeira atração pelos sacerdotes que conhecia. Numa festa da Igreja, ele conhece o seminarista Cafasso. Isso aconteceu no segundo domingo de outubro de 1830, festa da Maternidade de Maria Santíssima.

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–”Sou de Becchi, meu nome é João Bosco. O senhor aceita um convite para visitar a barraca das mágicas?” -”Obrigado, João. Meus espetáculos são as cerimônias da Igreja, sabe?”

–”Eu também gosto de Igreja, mas por enquanto vou dividindo o meu tempo e faço as duas coisas.”

-”Entendo .. Mas quando se é sacerdote, a gente se consagra por inteiro a Deus. As outras coisas ficam em segundo lugar!”

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João Bosco chegou a Chieri em 3 de novembro de 1831 para prosseguir estudando. Inicia os estudos de latinidade no “colégio” ou escola pública de Chieri em um ano, faz a sexta e quinta séries. Em 1832 inicia a quarta série completando-a com a terceira. Em 1833 inicia a segunda série ou ano de humanidades. Foi crismado em 4 de agosto de 1834.

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Na aula, tudo agora é contentamento. Com alguns colegas, João funda a “Sociedade da Alegria”, onde a obrigação de todo sócio é cumprir com alegria todos os deveres com Deus e com a escola.

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João já se considera um jovem responsável. Sente uma grande paixão pela juventude. Aprimora seus dotes artísticos e desportivos. Em todos os seus atos, Deus está presente.

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João fez amizade com um jovem judeu, chamado “Jonas”, Jacob Levi. (1816-1870). Contrariando seu pai, este jovem hebreu preferiu ser expulso do lar a deixar a amizade de Bosco.

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João o preparou para receber o batismo, realizado na catedral de Chieri, em 10 de agosto de 1834, mudando o nome e sobrenome para Luís Bolmida.

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Outro amigo especial de Bosco foi Luís Comollo. Era um garoto alegre, comportado, cumpridor de seus deveres.

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Devido ao seu temperamento pacífico, os outros se aproveitavam para provocá-lo e zombar dele.

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Um dia, estavam prestes a bater em Comollo. Quando apareceu João Bosco. Energicamente ele mandou que parassem logo com aquela covardia, batendo nos colegas. Ouvindo isso, os agressores se retiraram.

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A partir dai, Comollo e Bosco passam a cultivar uma grande amizade. Ambos têm em mente o mesmo ideal: entrar para o seminário! Dom Bosco escreveu nas Memórias do Oratório o que lhe disse Comollo: “Meu amigo, tua força me espanta; lembra-te, porém, que Deus não a deu para massacrar os colegas. Ele quer que nos amemos e perdoemos, que façamos o bem a quem nos faz o mal. Pus-me inteiramente em suas mãos, deixando-me guiar”.

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Em 1834 João pensava em entrar no Convento dos Franciscanos. Se inscreveu no convento de Santa Maria dos Anjos, em Turim. Porém teve um sonho, onde era dito que não deveria entrar no convento. Foi então se aconselhar com o P. Cafasso, em Turim. Seu conselheiro espiritual foi radical: aconselhou-o a continuar seus estudos e depois ingressar no seminário. Nada de ser frade! Deu a João coragem e otimismo, prometendo inclusive ajudá-lo materialmente.

Os amigos procuram João para dizer-lhe que todos estarão presentes no dia de sua entrada no seminário. A notícia o deixa muito satisfeito.

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Assim, aos vinte anos João Bosco veste o hábito eclesiástico, em 25 de outubro de 1835. Com a ajuda da mãe e dos amigos, conseguiu alcançar este grande dia. Mamãe Margarida era a mais alegre entre todos, e não cansava de agradecer a Deus e ao filho, por tamanha felicidade.

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“João, você vestiu o hábito de sacerdote. Sinto toda a consolação que uma mãe possa sentir. Lembre-se, porém, de que não é o hábito que o dignifica, mas a virtude. Se algum dia vier a duvidar de sua vocação, não desonre este hábito. Deixe-o imediatamente. Prefiro ter um filho pobre camponês a um sacerdote que descure seus deveres. Quando você nasceu, consagrei-o a Nossa Senhora. Quando começou os estudos, recomendei-lhe que amasse a essa nossa boa Mãe. Agora, recomendo que seja todo Seu”. Estas foram as palavras ditas por mamãe Margarida quando Dom Bosco entrou no Seminário.

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A VIDA DE DOM BOSCO II – O amigo dos jovens

A VIDA DE DOM BOSCO II – O amigo dos jovens

No dia 3 de novembro de 1835, João entrava no Seminário de Chieri. Tem início o biênio de estudos de filosofia. Ao entrar no seminário, leu a sentença que estava numa das paredes: “Para os tristes as hora passam lentamente; para os alegres, depressa”. Disse ao colega Gangliano: “eis ai nosso programa: vamos estar sempre alegres e o tempo passará depressa”. Perguntou ao professor, P. Francisco Ternavasio (1806-1886) o que deveria fazer para ser um bom seminarista. E a resposta veio lacônica: “Uma só coisa, o cumprimento exato do dever”.

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“Entreguei-me a vida recolhida e fiquei mesmo persuadido de que quem quer dar-se ao serviço do Senhor deve deixar inteiramente os divertimentos mundanos.”

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Os anos foram passando. Bosco e Luís Comollo continuavam grandes amigos. Muitas vezes deixavam o café da manhã para irem juntos à igreja S. Filipe comungar.

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Muitos jovens de Chieri chegavam para conversar com Bosco. Ele os reunia no salão do seminário, com disciplina e muita alegria.

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Também de Becchi e Castelnuovo os antigos colegas iam visitá-lo. Quando alguém, por brincadeira, dizia que não gostava de padre, João respondia: “Então não há problema, pois ainda não sou padre!” E a diversão era geral…

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Após a recreação, Bosco levava os amigos até a Igreja, para uma prece. Na hora da despedida, convidava-os para voltarem no domingo seguinte. Seu sonho parecia estar se realizando…

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Durante as férias, a casa de mamãe Margarida se transformava em escola de artes e ofícios: muita coisa para consertar e construir. João aprendia para mais tarde ensinar os jovens a ganhar o pão com o trabalho.

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-”Colegas, amanhã faremos uma revisão no programa de História Antiga. E depois de amanhã um exercício de redação. Preparem-se bem! Por hoje é só, boa sorte!”

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João empregava boa parte do tempo para estudar e refletir.

-”Foi neste prado que vi pela primeira vez meus ferozes cordeirinhos. Nesta árvore aqui amarrei a corda para o número de equilíbrio. Aqui, as exibições de equitação; lá, a estrada de Castelnuovo. O padre Calosso… Em 1837 D. Bosco inicia o quinquênio de estudos de teologia.

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No seminário, conheceu o padre João Borel, (1801-1873), pregador dos exercícios espirituais na primavera de 1838. D. Bosco descreve nas Memórias do Oratório o encontro com ele.

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Luis Comollo, o grande amigo de Bosco, é vitima de uma doença fatal. Ao ser consolado, ele diz que o mais importante não e ter uma longa vida, mas sim vontade de cumprir a vocação. Afirma também que logo terão notícias dele… Morreu no dia 2 de abril de 1839.

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Na noite de 3 ou 4 de abril, uma voz ressoa forte no dormitório dos seminaristas: “Bosco… Bosco! estou salvo!… “Era a voz de Comollo”. Bosco e Comollo tinham feito um pacto de que, quem morresse primeiro, iria dizer se estava salvou ao não.

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O episódio deixou todos apavorados. Bastante atordoado, Bosco teve de passar alguns dias na cama. Teve a ideia de ganhar um ano, estudando durante as férias.

Fez o pedido para o Arcebispo Fransoni que deu autorização. Assim poderia concluir o quinquênio teológico no ano letivo 1840-1841. Alegou como razão a idade: já tinha completado 24 anos.

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Foi ordenado subdiácono em 19 de setembro de 1840. No dia 29 de março de 1841 recebeu o diaconato.

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Preparou-se para a ordenação com os exercícios espirituais iniciados na casa da Missão em Turim, no dia 26 de maio de 1841. A pregação de conclusão foi sobre o tema: “o padre não vai sozinho para o céu, nem vai sozinho para o inferno”. Tomou algumas resoluções: fazer “passeios” só “por graves necessidades”, “ocupar rigorosamente o tempo”, sofrer tudo para “salvar almas”, temperança na comida e na bebida, muito trabalho e pouco repouso noturno, nenhum durante o dia. O quarto dizia: “A caridade e a doçura de São Francisco de Sales guiem-me em tudo”. O oitavo referia-se à vida de oração, o último à discrição no trato com as mulheres.

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No dia 5 de junho de 1841, João Bosco foi ordenado padre na capela do Arcebispado, sendo ordenante D. Fransoni.

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“Celebrei a primeira missa na igreja de S. Francisco de Assis, em Turim, assistido pelo P. Cafasso, meu insigne benfeitor e diretor. Esperavam-me ansiosamente no meu povoado, onde fazia muitos anos que não havia primeira missa. Mas preferi celebrá-la em Turim, sem barulho, no altar do Anjo da Guarda. Posso chamar aquele dia o mais belo da minha vida”.

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Na quinta-feira seguinte, 10 de junho, dia de Corpus Domini, Dom Bosco cantou a missa na terra natal.

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Naquela noite, Mamãe Margarida achou um momento para lhe falar a sós: “Joao, agora você é padre. Está mais perto de Jesus. Eu não li livros, mas lembre-se que começar a dizer Missa é começar a sofrer. Por enquanto, nem perceberá. Mas aos poucos, verá que sua mãe lhe disse a verdade. De agora em diante pense apenas na salvação das almas. E não se preocupe comigo.”

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No dia 3 de novembro Dom Bosco, depois de consultar o P. Cafasso em vista da destinação, entra no Colégio Eclesiástico de Turim e é envolvido na catequese para jovens e adultos. Entretanto, de modo crescente, revelaram-se determinantes o impacto com a cidade de Turim…

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E o envolvimento na sorte de uma juventude que no futuro Dom Bosco definiria como “pobre e abandonada”, “em perigo e perigosa”.

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O P. Cafasso convidou Dom Bosco para ir visitar as prisões. Causou dor “ver um grande número de jovens, dos 12 aos 18 anos, todos sãos, robustos, de espírito vivaz, mas sem nada para fazer, picados de insetos, à míngua de pão espiritual e temporal, foi algo que me encheu de horror”, escreveu nas Memórias do Oratório.

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Bosco percebe que as coisas ali estão erradas. “O que mais me impressionava, escreveu Dom Bosco, era que muitos ao sair de lá estavam decididos a levar uma vida melhor, diferente. Talvez só por medo da prisão. Mas, depois de pouco tempo, acabavam voltando”. “Esses rapazes precisariam ter lá fora um amigo que cuide deles, os assista, instrua, leve à igreja nos dias santos. Então não voltariam a prisão”.

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Observando alguns jovens que se desentendem na rua, em meio a uma brincadeira, João pensa consigo: “Foi assim que começaram aqueles que estão atrás das grades.”

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O tímido inicio desta realização acontece na manhã de 8 de dezembro de 1841. D. Bosco está para rezar a missa na igreja de S. Francisco. Um jovem está na sacristia. O sacristão pede para que ele ajude a missa. Este diz que não sabe. O sacristão o expulsa dali… e Dom Bosco o manda chamar… diz ao sacristão que aquele jovem é seu amigo.

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Conversando com o garoto, Bosco fica sabendo seu nome: Bartolomeu Garelli. Seus pais já morreram, e ele está só. João convida-o a conversarem após a missa.

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Durante a conversa, Garelli conta que ainda não sabe ler e nem fez a primeira comunhão. João o convida para vir ao menos uma vez ao catecismo, mas Garelli se sente inibido, pois é bem maior que os outros. Dom Bosco, após rezar uma Ave-Maria dá a primeira aula de catecismo para este jovem.

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Certamente não era a primeira vez que Dom Bosco ensinava catecismo. Contudo, uma emoção muito especial tomou conta dele. Uma semente muito fértil estava sendo lançada. E começou a germinar com muito vigor.

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Diz para que ele retorne e traga mais colegas. No domingo seguinte aparecem mais jovens.

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Com o tempo, o grupo foi crescendo. A sala de aulas particulares de catecismo já estava pequena demais.

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O padre Cafasso ofereceu a Dom Bosco o pátio do seminário para os jogos, depois da aula. A garotada se divertia, mas ao mesmo tempo perturbava o sossego dos moradores próximos.

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Os pátios Internos também já se tornavam pequenos, e todos passaram a reunir-se ao ar livre. Eram mais de 200, e Dom Bosco sabia o nome de cada um.

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Os jovens aprendiam de tudo: ler, escrever, soma, subtrair. Os mais velhos, garçons, varredores e biscateiros, invadiam as dependências de Dom Bosco para receberem alguma instrução. Nesta época Dom Bosco era capelão da Marquesa Barollo. Os jovens iam ao Refúgio, que era uma Obra destinada para meninas.

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“Dom Bosco, admiro muito seu trabalho, mas assim ficará esgotado. Deixe de lado os rapazes e venha se dedicar só as meninas de meu colégio. -”Sinto muito, senhora Marquesa. Esses jovens são muito importantes para mim, e estão necessitados. Eu fico com eles! “Lamento muito, mas tenho de lhe pedir que não use mais meu terreno para os seus garotos.”

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Naquela noite, D. Bosco viu novamente sua Mestra e Auxiliadora.

-”Não sei onde levá-los agora. São muitos, e ninguém nos suporta mais.”

-”Há um descampado em Valdocco, o lugar dos mártires de Turim. Leva-os para lá.”

Nossa Senhora mostra-lhe em sonho um esplêndido santuário em sua honra.

-”Esta é a minha casa. Este é o lugar da minha glória.”

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A VIDA DE DOM BOSCO III – Com a cara e a coragem

A VIDA DE DOM BOSCO III – Com a cara e a coragem

Dom Bosco inicia a procura do local indicado em sonho. Por enquanto, vai reunindo seus meninos ao ar livre. Fala com Miguel Rua, o jovem que seria seu braço direito e sucessor, propondo a ele urna sociedade: metade cada um, o que o rapaz não consegue entender.

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No dia 25 de maio de 1845, o P. Tésio, capelão de São Pedro in Víncoli, onde havia um cemitério, convidou D. Bosco para celebrar a eucaristia. D. Bosco veio com os jovens. Depois da missa começaram a correr ruidosamente pelo pátio e pórticos. A criada do padre ficou apavorada, e, a seguir, enfurecida. Pôs-se a gritar, a perseguir, a agitar o cabo de vassoura, enquanto suas galinhas, assustadíssimas, fugiam perseguidas pelos meninos… Chegou até Dom Bosco, cobrindo-o de injúrias. Dom Bosco compreendeu que o melhor a fazer era deixar o local.

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Os garotos preocupam-se com a situação, e D. Bosco os tranquiliza. -”Paciência, minha gente. Nossa Senhora nos ajudará, podem ter certeza. Um dia teremos pátios só para nós. Mas por enquanto o jeito é migrar.”

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Na rua, as opiniões sobre D. Bosco e seus jovens são divididas. Uns não acreditam que um só padre possa controlar tantos moleques. Outros, sabem que os garotos são bem dirigidos, que vão à missa, rezam e comungam. E que também se divertem, como os demais.

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Os comandados de Bosco já são agora 400. Todos o estimam muito, e ele tem para cada um uma palavra de estímulo. Certos domingos faziam uma verdadeira parada militar, e em desfile se dirigiam para a missa em outro local. Já havia quem se alarmasse, vendo tantos garotos juntos.

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O Ministro Cavour pede a D. Bosco que dispense os jovens, pois eles poderão fugir ao seu controle. Bosco se nega a fazê-lo, alegando que eles não tem onde ficar. Como solução, o Ministro forma escolta de guardas, para garantir a segurança.

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Sem querer, foi o próprio Dom Bosco que deu o pretexto para que se espalhasse o boato de que estava ficando louco. Para levantar o ânimo dos meninos que deviam mudar-se de um cemitério para um moinho, de uma pensão para um prado, Dom Bosco começou a contar-lhes seus sonhos. Falava de um oratório grande e espaçoso; de igrejas, casas, escolas, oficinas, rapazes aos milhares, padres à sua total disposição. Coisas todas que brigavam com a realidade precária de cada dia.

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Os padres, colegas de Dom Bosco, começam a suspeitar que ele está sofrendo de perturbações mentais, pois suas palavras parecem fora da realidade. Um dia, convidam-no para um passeio, mas seu objetivo é levá-lo ao hospício.

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Percebendo a intenção dos dois padres, D. Bosco faz com que eles entrem primeiro na carruagem, e em seguida ordena ao cocheiro que leve-os urgente ao manicômio. Assim, quem foi parar no hospício foram os outros dois, e não Dom Bosco.

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D. Bosco começa a se defrontar com mais problemas: os donos do prado onde estavam reclamam que os garotos destruíram toda a plantação. Isso vai virar um deserto, diziam. Uma estrada de chão batido!  Tenha paciência, meu caro padre. Assim não dá. Dispensamos o pagamento do aluguel, mas devemos despedí-lo. Deram-lhe quinze dias para sair. Isso tudo entristece e preocupa o bom padre. “Ao cair da tarde desse dia, escreveu Dom Bosco, contemplei a multidão que brincava. Estava só, sem forças e com a saúde abalada. Afastando-me um pouco dali, pus-me a caminhar sozinho. Não pude reprimir as lágrimas e exclamei: “Meu Deus, dizei-me o que devo fazer”.

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-”E agora, Senhor, para onde vamos? Pobres meninos, são levados e grosseiros! Mas são meninos, precisam brincar! Todos me obedecem, me querem muito. Senhor, ajudai-me! Nossa Senhora, mostrai-me o lugar do sonho!”

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Neste momento chegou um homem gago, Pancrácio Soave, fabricante de soda e detergentes. Ele disse:

– é verdade que o senhor procura um lugar para fazer um laboratório?

– Um laboratório não, um oratório.

– Não sei qual a diferença. Mas o lugar existe. Venha vê-lo. É propriedade do Sr. Francisco Pinardi, pessoa honesta.

O lugar destinado para Dom Bosco era um telheiro. D. Bosco esteve a ponto de recusá-lo. D. Bosco alugou por um ano, pagando trezentas e vinte liras. Podia dispor do telheiro e da nesga de terreno ao lado, para o recreio dos meninos.

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Fascinado, D. Bosco voltou correndo para os meninos e disse: “Novidades, meus filhos! Achamos o oratório! Teremos igreja, escola e pátio para pular e jogar. Domingo iremos para lá. É na casa Pinardi!

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D. Bosco estava muito feliz, pois encontrara a casa de seus sonhos. É bem verdade que não era nenhum palácio, tinha até alguns problemas, mas ele sabia que seus jovens eram trabalhadores e logo tudo estaria em ordem.

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E a turma toda começou a reforma geral com muito humor e entusiasmo. Afinal, estavam trabalhando na sua própria casa! A casa que Nossa Senhora disse que Bosco encontraria.

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Depois de alguns dias de dedicado trabalho, o barracão era outra coisa. Foi transformado em capela. D. Bosco disse aos meninos que mais tarde eles teriam outra ainda maior que aquela.Colocou os castiçais, a cruz, a lâmpada e um pequeno quadro de São Francisco de Sales.

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O dia 12 de abril de 1846 foi um grande dia: nessa manhã de Páscoa todos os sinos da cidade repicavam festivos. No telheiro Pinardi não havia sino. Mas o afeto de Dom Bosco chamava os rapazes para a “baixada” de Valdocco. Encheram toda a capela. Assistiram em silêncio a bênção da capela e a missa celebrada por Dom Bosco. Depois, apanhando as pressas o pãozinho costumeiro, espalharam-se pelos prados. E a alegria explodiu. Finalmente tinham uma casa só para eles!

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D. Bosco ia cada vez mais desenvolvendo suas atividades. Era visto em andaimes e oficinas, para saber do comportamento de seus jovens, dos salários que percebiam, das horas de trabalho e da saúde de cada um. Tratava diretamente com os empregados a respeito dos interesses de ambas as partes.

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Era incansável… Junto aos empreiteiros, procurava convencê-los a pagar um salário mais justo aos rapazes. E era quase impossível negar alguma coisa àquela pessoa tão educada e simpática! Ao final da conversa, ele ganhara mais um amigo.

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Um dia, porém, o corpo cansado de Dom Bosco se rendeu ao trabalho. Foi no primeiro domingo de julho de 1846. Voltando para seu quarto, no Refúgio, Dom Bosco desmaia. Carregaram-no para a cama. “Tosse, inflamação violenta, golfadas de sangue pela boca”: palavras que, com toda a probabilidade, equivalem a “pleurite com febre alta, hemoptise”. Um complexo de gravíssimas enfermidades para aquele tempo. “Em poucos dias, fui julgado moribundo”. A notícia se espalha e os jovens rezam para que D. Bosco não morra. Oito dias ficou entre a vida e a morte.

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Devido ao esgotamento, os médicos prescreveram uma longa convalescença, em repouso absoluto. Dom Bosco foi para os Becchi, à casa do seu irmão e de sua mãe. Mas prometeu aos meninos: pelo cair das folhas, aqui estarei novamente. Em meio a vocês.

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Dias depois, D. Bosco vai até Becchi. Nas longas caminhadas solitárias, Dom Bosco construiu lentamente o seu projeto para o futuro imediato. Numa noite de outubro, convidou a sua mãe para ir passar uns tempos com ele. E sua mãe, preocupada com seu estado de saúde, resolve ir morar com ele. Ela despede-se com saudade de sua casa e ambos partem a pé para Turim no dia 3 de novembro de 1846.

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No caminho, um padre, colega de D. Bosco, se alegra ao vê-lo com saúde. Bosco diz que agora está tudo bem, principalmente porque ficará ao lado da mãe. O colega então oferece a ele um relógio, como ajuda para seus meninos.

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Chegando ao seu destino, Bosco mostra a sua mãe a casa Pinardi. Mamãe Margarida está muito alegre. Disse ao filho: nos Becchi, era todo o dia aquela luta para pôr ordem, limpar os móveis, lavar as panelas. Aqui poderei descansar um pouco mais. D. Bosco pregou na parede um crucifixo e uma pequena imagem de Nossa Senhora. E enquanto Margarida preparava alguma coisa para comer, ajeitou as camas para a noite. Juntos puseram-se a cantar. Um rapaz chamado Estevão Castagno ouviu-os cantar. E a notícia voou de boca em boca entre os jovens de Valdocco: – Dom Bosco voltou!

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Agora, já recuperado, é carregado em triunfo pelo seu pessoal, numa alegria incontida e única. Seu orientador e amigo estava forte novamente, graças à Nossa Senhora. Isso aconteceu no domingo, dia 8 de novembro.

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Numa noite de abril de 1847, D. Bosco fez a primeira experiência de acolher jovens no palheiro da casa Pinardi. Colocou meia dúzia de rapazes. Decepção. Na manhã, os hóspedes haviam sumido, levando as cobertas que Mamãe Margarida lhes tinha emprestado.

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Noite de maio. Chove a cântaros. Dom Bosco e sua mãe acabam de jantar. Alguém bate no portão. É um rapaz molhado, enregelado, de uns 15 anos.

– Sou órfão. Venho de Valsésia. Trabalho de pedreiro, mas ainda não achei emprego. Estou com frio e não sei para onde ir…

– Entre – diz D. Bosco – ponha-se ali perto do fogo. Molhado como está, vai ficar doente. Enquanto se aquece e enxuga a roupa, Mamãe Margarida prepara alguma coisa para comer. Segue-se um diálogo. Depois colocam-no para dormir. Mamãe Margarida fez-lhe algumas recomendações sobre a necessidade do trabalho, da honradez e da religião. Os salesianos viram, carinhosamente, nesse “sermãozinho” de Mamãe Margarida a primeira “boa-noite” com que se costumam concluir as atividades do dia nas casas salesianas e que D. Bosco julgava ser “a chave da moralidade, do bom andamento e do bom êxito da educação”. O 2º interno foi um jovem de classe média, que tinha perdido o pai e a mãe.

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O terceiro foi José Buzetti. Depois, ao visitar os doentes, no hospital, Bosco encontra um jovem que caíra de um andaime. Sem esperanças de voltar a trabalhar, ele se desespera. D. Bosco resolve o problema, levando-o também para morar com os outros meninos.

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Qualquer local é bom para D. Bosco se interessar pelos jovens. Na barbearia, deixa-se barbear por um aprendiz, (Carlos Gastini) para dar-lhe mais confiança e entusiasmo. O rapaz conta que sua mãe está no interior, doente.

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Dias mais tarde, os dois novamente se encontram e o jovem barbeiro conta que sua mãe faleceu. Com a bondade que o caracterizava, D. Bosco leva o rapaz para morar com os outros.

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A guerra que assolava a Itália deixava para trás muitos órfãos e abandonados. Buscando ajuda de famílias ricas, D. Bosco conseguiu aumentar o espaço para abrigar os necessitados.

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E assim, pouco a pouco ele ia introduzindo a cultura e a humildade entre a rapaziada. Sua boa-vontade era ilimitada.

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Depois de alguns anos, D. Bosco era conhecido por todos em Turim. Já não havia mais espaço para abrigar todos os jovens necessitados. E ele resolve então que os de Porta Nova terão uma sede própria, lá mesmo.

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O Arcebispo de Turim, Marquês Luís Fransoni (1789-1862) visitou pela primeira vez o Oratório no dia 21 de junho de 1847, para administrar a Confirmação. “Foi nessa ocasião, relembra Dom Bosco, que o Arcebispo, ao receber a mitra na cabeça, esqueceu que não estava na catedral: levantou um tanto apressado a cabeça e bateu com ela no teto da capela. Rimos todos: ele e os presentes”. Dom Fransoni sussurrou: ‘É preciso respeitar os meninos de Dom Bosco e falar-lhes com cabeça descoberta”.

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Em 1851, jovens crescidos aos cuidados de Bosco tornam-se seminaristas, para depois ajudá-lo no trabalho de assistência aos que precisam. Mais tarde muitos mais seguiriam o mesmo caminho.

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Ao mesmo tempo outros ajudavam a Dom Bosco no setor profissional.

-”Um dia terei, entre os meus sócios de trabalho juvenil, mestres de mecânica, tipografia e muitos outros ofícios”.

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Em junho de 1852 D. Bosco inaugurou a nova igreja que tinha construído ao lado da Casa Pinardi. Era dedicada a São Francisco de Sales. No dia 2 de dezembro de 1852 o edifício que estava sendo construído na ala leste da casa de Dom Bosco, visando ampliar sua Obra desmoronou. Neste ano eram 100 os meninos residentes.

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Um dia, durante o café da manhã, acabaram-se o pão e as frutas. D. Bosco, então, viu-se obrigado a servir castanhas aos jovens. Não eram muitas, mas foram suficientes para todos. E pela primeira vez, quem sabe, naquela tarde, os meninos, com as mãos cheias de pobres castanhas, gritaram: “Dom Bosco é um santo!”

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“Agradeço a Deus a felicidade de estar ao seu lado, trabalhando pelos nossos filhos. Mas não sei até quando.” disse Mamãe Margarida, numa das noites em que se encontravam juntos. Dom Bosco escrevendo e Margarida consertando e remendando as roupas dos meninos do Oratório.

-”Mamãe, enquanto houver meninos abandonados quero dar minha vida por eles. Depois, outros continuarão nosso trabalho.”

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A VIDA DE DOM BOSCO IV – Apóstolo dos tempos modernos

Apesar de toda sua bondade e seu jeito simples, D. Bosco tinha inimigos. Certa vez, enquanto dava catecismo, um indivíduo tentou tirar-lhe a vida: “uma bala de arcabuz entrou por uma janela e varou-me a batina entre o braço e as costelas, indo fincar-se na parede”, escreveu Dom Bosco. Diante dos meninos, que ficaram apavorados, ele comentou: “Uma brincadeira um pouco pesada. Sinto muito pela batina, que é a única que tenho. Mas Nossa Senhora nos quer bem”.

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Os atentados não cessariam aí, mas Bosco tornando medidas de precaução conseguiu escapar ileso. Acima de tudo ele sabia que contava com a proteção de Nossa Senhora.

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Outro dia, D. Bosco foi chamado à taberna do Coração de Ouro, onde havia um agonizante. Chegando lá, vários homens comiam castanhas. Ofereceram e tentaram fazer com que ele tomasse um copo de vinho. D. Bosco não quis tomar. Tentaram fazer com que tomasse, a força. Ele tinha levado junto com ele alguns dos jovens mais fortes do Oratório. Os chamou. E assim conseguiu se desvencilhar da tentativa de morte.

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Um cão chamado Grigio toma-se grande protetor de D. Bosco nas suas saídas à noite. O animal estava sempre a postos para defender seu dono.

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Desde certo dia em que salvou Bosco da morte certa, o cão passou a acompanhá-lo até em casa. Com o dono, era manso como um cordeiro; com os inimigos, um leão furioso!

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Precisando sair à rua, D. Bosco tenta, mas é impedido pelo cão. Com isso, ele desiste de sua saída. No dia seguinte foi informado que um grupo armado o havia esperado a pouca distância. Seu fiel amigo pressentira o perigo e o salvara mais uma vez!

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Uma epidemia de cólera atinge a cidade. Todos os membros da casa real fugiram, seguidos por muitos outros. Os mais cautelosos não saem de casa. O número de vítimas cresce a todo instante.

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Um decreto municipal manda que todos os doentes sejam levados para os hospitais. Entretanto, não há mais vagas. Os médicos e enfermeiras fogem do local; há gente morrendo sem assistência.

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Em julho de 1854 a cólera-morbo invadira Turim de modo violento. Os primeiros casos se verificaram nos dia 30 e 31 de julho. O epicentro da pestilência foi o bairro do Dora, a poucos passos de Valdocco. Num só mês 500 morreram. No dia 5 de agosto D. Bosco fala aos rapazes. Começa com a promessa: “Se vocês se puserem na graça de Deis e não cometerem nenhum pecado mortal, eu lhes garanto que ninguém será atingido pela cólera. Sabem que o Prefeito lançou um apelo. Há necessidade de enfermeiros e assistentes para cuidar dos coléricos. Mas se alguns dos maiorzinhos tiverem coragem de me acompanhar nos hospitais e às casas particulares, faremos juntos uma obra boa e agradável a Deus.

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Muitos aderem àquele plano de auxílio. Foram dias de trabalho duro e nada agradável. Mamãe Margarida providenciava cobertores do Oratório. Em breve, tudo acabou. Uma mulher doente precisava ao menos de um lençol. Como não tinham mais nada, ela tirou a toalha do altar e deu, dizendo: “Jesus não vai reclamar”.

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A epidemia de cólera finalmente estava afastada de Turim. Os meninos de Dom Bosco já voltavam ao ritmo normal de colégio, com aulas e brincadeiras. Com a proteção de Nossa Senhora, nenhum deles adoeceu.

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D. Bosco cativava cada vez mais os jovens, com sua bondade e simpatia. O rebelde João Cagliero tornar-se-á no futuro missionário na Argentina e depois cardeal. Miguel Magone, antigo chefe de delinquentes é agora o líder dos colegas.

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Um dia, D. Bosco recebe a visita de um jovem. Chama-se Francisco Besucco. Ele ouvira falar de Bosco e seus garotos e disse estar interessado em estudar, brincar e ser alguém no futuro. Em sua casa vivia como pastor de ovelhas e gado.

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Miguel Rua,o garotinho dos velhos tempos a quem certa vez ele propôs uma sociedade com 50% cada um, é agora moço e mais maduro, e finalmente entende o significado daquela sociedade: tornar-se-á sacerdote no dia 29 de julho de 1860, e como Bosco, dedica-se por inteiro ao bem dos jovens. Ele será o primeiro sucessor de seu mestre.

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Um dos alunos de Dom Bosco, Domingos Sávio, nasceu em Riva de Chieri, em 2 de abril de 1842 e morreu em Mondonio di Castelnuovo d’Asti, no dia 9 de março de 1857. Toda a sua vida foi composta por uma busca da santidade segundo a fé católica. O amado e jovem Domingos Sávio teve uma vida de muita sensibilidade e em pouco tempo percorreu um longo caminho de santidade, obra mestra do Espírito Santo e fruto da pedagogia de são João Bosco. Aos doze anos de idade ocorreu um fato decisivo em sua vida: o encontro com São João Bosco, que o acolhe, como padre e diretor, em Valdocco (Turim) convidando-o para cursar os estudos secundários. O fato aconteceu no dia 2 de outubro de 1854.

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Ao descobrir então os altos ideais de sua vida como filho de Deus, apoiando-se na amizade com Jesus e Maria, lança-se à aventura da santidade, entendida como entrega total a Deus. Por amor, reza, coloca empenho nos estudos, sendo o companheiro mais amável.

Sensibilizado no ideal de são João Bosco, “Dai-me almas” deseja salvar a alma de todos e funda a companhia da Imaculada, da qual sairão os melhores colaboradores do fundador dos salesianos.

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Tomado por uma grave enfermidade aos quinze anos, regressa ao lar paterno da aldeia de Mondonio (município de Castelnuovo d’Asti), onde morre serenamente com a alegria de ir ao encontro do Senhor, exclamando aos seus pais: “adeus queridos pais, estou tendo uma visão linda! Que lindo!” O papa Pio XII o proclamou santo em 12 de junho de 1954.

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Um antigo sonho de D. Bosco é ter um grupo permanente de colegas para cuidar dos jovens abandonados. Procurou então o Ministro que lhe diz que, se quiser fazer algo nesse campo, deve fundar uma sociedade de religiosos que sejam, ao mesmo tempo, livres cidadãos perante o Governo.

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No dia 18 de fevereiro de 1858 D. Bosco segue para Roma e no dia 9 de março tem a primeira audiência com o Papa Pio IX. Na conversa acena para a ideia de fundar uma congregação adaptada aos tempos, aprovada pelo Papa. No dia 24 de março, segunda audiência. O Papa recomenda que ele ponha em prática a ideia de criar uma nova congregação, com regras suaves e de fácil observância. Talvez seria melhor chamá-la de Sociedade e não de congregação. No dia 6 de abril tem mais uma audiência com o Papa e D. Bosco volta a Turim no dia 14 de abril.

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No dia 9 de dezembro de 1859, D. Bosco julga ter chegado a hora de falar abertamente de Congregação religiosa. Aos 19 “salesianos” reunidos no seu quartinho, fala aos jovens sobre suas intenções. Deu uma semana para eles pensarem no assunto e depois responderem se iriam “ficar para sempre com Dom Bosco”. No dia 18 de dezembro reuniu novamente. Dos 19, 17 apareceram e deram seu sim. Serão Salesianos e farão parte da Sociedade de São Francisco de Sales, nome escolhido para a nova fundação.

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O nome “Salesiano” era derivado do patrono São Francisco de Sales, o homem cuja característica era a doçura e a caridade. -”Inspirai confiança aos jovens. Fazei-vos amar, fazei-vos um deles. Procurai prevenir o mal e não puni-lo”.

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Certa noite, em sonho, Bosco vê uma senhora majestosa que lhe mostra um enorme terreno. E como por encanto logo aparece ali um templo grandioso. -”Neste lugar quero que o meu nome seja glorificado. Esta é a minha casa, daqui sairá minha glória.”

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Depois do sonho, Bosco conseguiu comprar o terreno e preparava-se para começar a construção de uma grande santuário, dedicado à Nossa Senhora Auxiliadora. Sabia que lutaria com dificuldades, até mesmo para comprar meia dúzia de tijolos, mas sua fé em Nossa Senhora era inabalável. A obra iniciou em 1863 e foi retomada em março de 1864. Na época ele tinha apenas oito vinténs nos bolsos.

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Realmente, nunca faltou nada para a construção. Dia 9 de julho de 1868 os sinos anunciavam a solene consagração do templo e a missa de inauguração é realizada. D. Bosco mandou pintar um grande quadro para colocar na Igreja. A obra foi feita pelo pintor Lorenzone.

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Quadro pintado por Lorenzone, que está na Basílica de Maria Auxiliadora, em Turim.

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Quatro anos mais tarde, Bosco ergue novo monumento: o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. -”Vosso nome representa algo muito querido ao meu coração: sois Filhas de Maria Auxiliadora. Por vosso intermédio a Mãe de Deus quer ajudar as jovens simples do povo. Sereis muitas. Tantas que nem podeis imaginar!” No dia 5 de agosto de 1872, as primeiras 15 Filhas de Maria Auxiliadora recebem o hábito religioso. Onze fazem votos trienais. Inclusive Maria Mazzarello, que será a primeira Madre do novo Instituto. Isso tudo aconteceu na cidade de Mornese.

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Santa Maria Domingas Mazzarello

A 9 de Maio de 1837, nasce em Mornese-Piemonte, no Norte da Itália, Maria Domingas
Filha de camponeses depressa aprendeu a arte de trabalhar a terra. O seu pai, exerceu grande influência na sua formação pois era um homem honesto e cristão empenhado.

Na casa de campo da Valponasca distinguiu-se também pelo grande amor a Jesus Eucaristia: à noite, abeirava-se da janela do sótão que dava para a Igreja e aí adorava Jesus. O seu dia começava pelas 4 da manhã. Ia à Igreja da aldeia para participar na Eucaristia diária e pelas 7 já estava em casa para retomar a dura vida do campo.

Tudo decorria com normalidade entre o trabalho do campo, e os empenhos do grupo da Imaculada, quando em 1860, rebenta a grande epidemia do tifo. Maín, como era conhecida, foi assistir uns familiares que recuperaram do mal mas em contrapartida contraiu ela a doença. Cura mas fica debilitada e impossibilitada de trabalhar no campo. Os planos de Deus são muitas vezes imprevisíveis mas são sempre planos de amor. Maria vai rezando e pedindo conselhos sobre o seu futuro especialmente ao P. Pestarino, responsável pelo grupo da Imaculada. A luz surgiu e, com a amiga Petronila, começou a aprender costura com o alfaiate da terra. Em breve estavam preparadas e abriram uma sala de costura para ensinar a catequese e ajudarem as meninas da terra a ganhar a vida honestamente. Os pedidos para acolherem meninas órfãs não se fizeram tardar e assim surgiu o 1º internato.

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Entretanto em Turim, na mesma zona do Piemonte, D. Bosco, fundou uma obra para rapazes da rua e depressa obteve a aprovação do Santo Padre. Foi o mesmo que interpelou D. Bosco a fazer pelas meninas o mesmo que estava a realizar pelos rapazes. Pouco depois D. Bosco sonhou que um grupo de meninas pobres corriam ao seu encontro pedindo que cuidasse delas. Por esse tempo, D. Bosco encontrou-se num comboio com o P. Pestarino. Falaram do trabalho em favor da juventude e o P. Pestarino convida D. Bosco a ir a Mornese e aí entra em contacto directo com Maria Mazzarello, as suas colegas e a obra que as Filhas da Imaculada, grupo de leigas fundado pelo P. Pestarino, faziam. D. Bosco percebeu que aí estavam os recursos humanos para iniciar a missão em favor da educação das meninas.

A 5 de Agosto de 1872 nasce oficialmente o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. Maria Domingas Mazzarello foi a primeira superiora. Foi amada por Irmãs e alunas e conseguiu, com o seu exemplo, ajudar as inúmeras dificuldades e pobreza dos inícios.

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Faleceu com 44 anos, a 14 de Maio de 1881. O Instituto nessa altura tinha casas na Itália, França e na América Latina. Às Irmãs e jovens escreveu, estimulando-as a viver sempre na alegria, que é fruto da união com Deus e da confiança em Maria Auxiliadora. Hoje, o exemplo da sua vida, continua a animar outras jovens a percorrer o mesmo caminho de dedicação a Deus, servindo a juventude.

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De dia Bosco trabalhava e à noite escrevia, usando a mesma arma dos inimigos do bem. Fundou uma revista popular mensal – “Leituras Católicas”

-”Os inimigos dos jovens lutam sem parar. Por isso, nós também só descansaremos no céu!” Também nisso queria imitar a São Francisco de Sales, que usou a imprensa como meio para divulgar a fé católica.

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D. Bosco sonhou com uma região imensa e plana. Viu chegarem em sua direção homens perversos e guerreiros. O chão estava cheio de vítimas.

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No extremo da planície, um grupo de salesianos aproximava-se para pregar a religião de Cristo. Os selvagens, ao vê-los, lançaram-se com fúria sobre eles e os mataram.

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Outros missionários se aproximam, tendo jovens à frente. Bosco quer fazê-los recuar para escaparem do perigo. Mas ao verem os garotos e os salesianos, os guerreiros despojam-se das armas e tornam-se mansos cordeiros.

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A seguir, os missionários juntam-se a eles e ajoelham-se. Os selvagens fazem mesmo largando suas armas. Assim foi sonho de D. Bosco.

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D. Bosco enviará onze expedições missionárias. No dia 11 de novembro de 1875, D. Bosco entregou o crucifixo de missionário para os dez primeiros salesianos. Seu destino era a América do Sul e foram chefiados por João Cagliero, um dos primeiros alunos. D. Bosco os acompanhou até Gênova, para o embarque.

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-”procurai os necessitados e não as riquezas ou honrarias. Cuidai de modo especial dos jovens, dos doentes e dos pobres. Assim, tereis as bênçãos de Deus e a amizade de todos.” A 14 de dezembro de 1875 chegavam a Buenos Aires.

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Depois de estruturada a congregação na Itália e no exterior, Bosco começou a lançar as bases dos salesianos cooperadores, ou salesianos externos: professores, pais de família, jornalistas e advogados tornaram-se ativistas da juventude como ele. Desde os primeiros tempos do Oratório, D. Bosco tinha cooperadores para a sua Obra. Em 1876 D. Bosco deu-lhe forma definitiva. No início chamava-se “Pia União”. Escreveu um regulamento, enviando-o ao Papa para sua aprovação. Chegou com um “breve” de Pio IX em 9 de maio de 1876.

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Para manter unido esse grupo de apóstolos cristãos, iniciou a publicação do “Boletim Salesiano” uma revista mensal que informava, orientava e estabelecia planos de ação e métodos de trabalho. O primeiro número saiu um agosto de 1877. D. Bosco mandava entregar “a quem quer e a quem não quer”.

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Os trabalhos missionários tomaram tal vulto, que mais elementos preparados eram sempre requisitados. Para atender candidatos do interior e da cidade, que não tiveram oportunidade para estudar, Bosco abriu cursos para seminaristas adultos, em regime intensivo de tempo integral.

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Em Roma, o Papa Leão XIII chama Bosco e lhe confia uma tarefa: a construção do Santuário do Coração de Jesus. Mesmo sem receber nenhum dinheiro para o empreendimento, ele aceita a incumbência. Sua única solicitação é construir ao lado urna casa para meninos pobres.

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Quanto mais cresciam suas obras para a juventude, tanto mais o dinheiro se tornava escasso. Como peregrino dos jovens, saiu a pedir auxílio na Itália, França e Espanha. Na França D. Bosco foi buscar recursos para a construção da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, obra que o Papa o tinha encarregado de fazer. Ficou 4 meses, percorrendo cidades, de 31 de janeiro a 31 de maio de 1883.

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Mesmo já castigado pelos anos, D. Bosco saiu à procura de meios para construir o Santuário. Em Barcelona, um jovem lhe suplica que o ajude a enxergar. Ele convida o cego a rezarem juntos, pois assim, com fé, Nossa Senhora lhe traria a graça da visão.

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Voltando da França, D. Bosco confidenciou ao padre Rua, ainda no trem: -”Miguel, lembra daquela choupana da colina dos Becchi? É a minha casa. Que diriam meus amigos de Paris, se soubessem que todos os triunfos eram dirigidos a um pobre pastor de vaquinhas?”

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Depois de muitas dificuldades, finalmente o Santuário estava pronto. Na missa de consagração, no dia 14 de maio de 1885 D. Bosco se emociona. No dia 15 celebra a missa no altar de Maria Auxiliadora. Ele chorou muito nesta celebração. O P. Viglietti o acompanhava e perguntou, preocupado, no final da missa:

– que está havendo, Dom Bosco? Sente-se mal?

– Tinha diante dos olhos, viva a cena do meu primeiro sonho, aos nove anos. Eu via e ouvia minha mãe e irmãos discutindo o que eu tinha sonhado…

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Voltando a Turim, já não tinha mais força para caminhar. Suas palavras de despedida são um testamento de amor aos jovens. “Vamos fazer o bem a todas as pessoas. Diga aos meus jovens que os espero a todos no céu.”

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No dia 31 de janeiro de 1888, D. João Bosco deixava este mundo. Parecia mais um triunfo do que um luto o seu cortejo. A cidade parou para dizer-lhe um adeus de reconhecida gratidão.

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Beatificado no dia 2 de junho de 1929 e canonizado no dia 1 de Abril de 1934 por Pio XI. O Papa João Paulo II por ocasião do centenário da morte declarou-o: “Pai e Mestre da Juventude”.

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Galeria de Imagens

Missa e Novena em Homenagem a Nossa Senhora Auxiliadora (24/05/14).

Aconteceu na noite deste sábado, às 19hs, com a presença de muitos paroquianos, a linda celebração da missa e novena em homenagem a Nossa Senhora Auxiliadora, quando durante a homilia, o Pe. Adriano nos contou sobre a história da devoção à Maria sob esta designação. Ao final, todos receberam a benção especial por sua intercessão.

Para saber sobre a história da da Devoção a  Nossa Senhora Auxiliadora – clique aqui.

Seguem as fotos da celebração.[pe2-gallery album=”http://picasaweb.google.com/data/feed/base/user/102496923968554265712/albumid/6017742021398221121?alt=rss&hl=en_US&kind=photo” ]

 

Reunião das Equipes da Inspetoria em Porto Alegre.

Neste final de semana (3 e 4/05), em Porto Alegre, ocorreu a Reunião das Equipes da Inspetoria, e nossa paróquia esteve presente com 4 representantes. Segue matéria a respeito, publicado no site da Paróquia NSA Auxiliadora – Ponta Grossa/Pr.:

No dia 04 deste mês aconteceu em Porto Alegre/RS, na Casa Inspetorial das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), a primeira reunião de equipes das inspetorias São Pio X (SDB) e N. S. Aparecida (FMA). Na manhã deste domingo 59 pessoas participaram da missa que foi presidida pelo P. Asídio Deretti e concelebrada pelo P. Edvaldo Nogueira e pelo Diácono Juracir Deretti. Na homilia P. Asídio iniciou dizendo: “nada nos entristece mais que ver um amigo triste, desanimado”. Assim começa a passagem dos discípulos de Emaús, evangelho do domingo (04). “A Palavra de Deus ao chegar ao coração o aquece…”, acrescentou P. Asídio. Principalmente nos momentos em que as coisas não vão bem é importante dizer: Com relação ao Bicentenário de nascimento de Dom Bosco, refletiu que tudo que fizermos para esta comemoração com nossas crianças e jovens deve levá-los a Cristo. O padre, atualmente vice-inspetor, aproveitou para agradecer a presença de todos. No encerramento da celebração foi apresentado um vídeo que relembrou todos um pouco da vida de Dom Bosco, o inicio de sua missão, sua opção pelos pobres.

Após a missa os inspetores, P. Asídio Deretti (SDB) e Ir. Maria Floriani (FMA) passaram as demais orientações e eventos das inspetorias. Abriram espaço para os coordenadores apresentarem suas atividades. P. Edvaldo Nogueira iniciou mencionando o cronograma do Encontro Inspetorial de Jovens e posse do novo Padre Inspetor e vice, P. Asídio Deretti e P. Gilson Silva respectivamente. Em seguida o P. Sergio apresentou as atividades pensadas pela Animação Missionária para 2015 e congresso da AJS. Ir. Solange Sanches (FMA) apresentou o projeto interâmbito, “Prepara-te, A vida é um show!”, um projeto vocacional das irmãs, que iniciou em 2014 nas comunidades da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida (INSA). A irmã inspetora Maria Floriani (FMA) também explicou e nos mostrou um pouco mais da atuação das irmãs, enfatizando que este é de fato, um belo trabalho da familia salesiana. Citou a comemoração dos 25 anos de vida consagrada da Ir. Solange Sanches e citou que a noviça Cassiana Gonçalves de Ponta Grossa fará seus votos em 17 de Janeiro de 2015. Em seguida P. Tarcizio Odelli (SDB) repassou os frutos dos trabalhos da equipe de comunicação. Solicitou e relembrou a todos que as ações para o Bicentenário de nascimento de Dom Bosco ocorram “fora dos muros” de nossas obras. Após o P. Gilson Silva (SDB) explicou, refletiu e distribuiu o livro “A Pastoral Juvenil Salesiana – quadro referencial”, escrito pelo setor da Pastoral Juvenil Salesiana, e que nortearam os trabalhos salesianos com os jovens.

 Por último, P. Asídio reforçou o convite para o dia 24 de Maio, não somente por sua posse, mas também para um agradecimento ao atual padre inspetor P. Orestes Carlinhos Fistarol (SDB). Logo após, todos foram para as fotos tradicionais e em seguida retorno às reuniões por equipes.

Veja o original clicando aqui.

 

 

 

 

 

Encontro da Família Salesiana do Paraná.

encontroDia 01 de maio membros da família salesiana estiveram reunidos na cidade de Ponta Grossa, para o encontro das animações de Curitiba, Guarapuava, Ponta Grossa e Cambe (esta ultima não pode estar presente).

Foi um encontro onde pudemos estudar e ver mais sobre a estreia (documento que o reitor mor todo ano escreve para os salesianos do mundo todo).Este ano o tema foi   ” DA MIHI ANIMAS, CETERA TALLE” – “Apropriemo-nos da experiência espiritual de Dom Bosco para caminhar na santidade Segundo a vocação especifica”.

O P. Volnei fez bonitas e fortes colocações e juntos com os noviços que alguns momentos teatrais, nos fizeram ver como o carisma de Dom Bosco e bonito e que está cada dia mais presente no convívio nosso de cada dia. Inclusive na dinâmica foi algo muito significativo da presença de Deus, por intermédio de Dom Bosco em nossos dias.

No período da tarde tivemos a celebração penitencial e logo a SANTA MISSA  celebrada pelo p. Karisson.

Nas avaliações de todos foi retiro muito forte de convivência e de conhecimento.

Nossos agradecimentos aos salesianos de Ponta Grossa pelo carinho e atenção que todos nos recebemos.

Colaboração: Nelson Nadalin
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Roma – 12/04/14 – O XXVII CAPÍTULO GERAL AOS SALESIANOS

CAPITULO1

Queridos irmãos,

Nós, que participamos do Capítulo Geral 27, queremos compartilhar convosco a experiência extraordinária vivida nestes meses, convocados a Roma em nome do Senhor e sustentados pela força do Espírito. O Capítulo foi para cada um de nós um evento de graça do qual queremos dar testemunho ao voltar para casa. Queremos contar-vos, retomando nossos trabalhos e preocupações, que “o Senhor foi grande conosco e por isso estamos alegres” (Sl 125,3)

NO INÍCIO HOUVE VALDOCCO

Iniciamos o nosso caminho na Terra Santa Salesiana, em Valdocco, lugar de Evangelho e de milagres cotidianos. Fomos até lá como quem sobe um rio à busca da fonte. Estávamos sedentos e a água fresca das origens restaurou-nos. A história do nosso pai é um convite sempre novo. Em sua vida e em sua proposta buscamos a inspiração para fazer reviver hoje o mesmo carisma. Redescobrir Dom Bosco ajudou-nos a enraizar mais profundamente a nossa vocação evangélica e a reavivar os motivos para viver, como ele fez, a entrega pelo Reino em favor dos jovens mais pobres. À luz da sua experiência, caminhamos sob o olhar de Maria Auxiliadora e seguros da sua mediação materna.

DEUS NOS DEU UM PAI

Ao voltar para Roma, iniciamos os nossos trabalhos com reflexões e deliberações empenhativas. O tom fraterno e a busca comum tornaram possível tecer, de imediato, relações cordiais e sinceras entre nós, que nos ajudaram a experimentar a riqueza da interculturalidade e a profecia da fraternidade, vividas em primeira pessoa já durante as jornadas capitulares.

Sentimo-nos em comunhão com as comunidades que, nos países em conflito, vivem momentos dramáticos da própria história. A Síria, a Venezuela, a República Centro-Africana, o Sudão estiveram muito presentes em nossas orações. A sua lembrança fez-nos abrir os olhos para os sofrimentos de tantos povos e fez resplender o testemunho de numerosos irmãos que vivem o Evangelho com radicalidade em situações difíceis e dramáticas. Isso, para nós, serve de estímulo a nos entregarmos sem parcimônia à nossa vocação e missão.

Depois, Deus nos deu um pai. Enquanto exprimimos a nossa gratidão pelo ministério luminoso e fecundo do P. Pascual Chávez Villanueva, sentimos que a eleição do P. Ángel Fernández Artime como Reitor-Mor e décimo sucessor de Dom Bosco foi um dom da Providência para nós, para toda a Família Salesiana e para os jovens. O seu sorriso aberto e sincero, a sua simplicidade, a sua grande humanidade e o seu relacionamento espontâneo com cada um dos irmãos, depressa nos fizeram ver nele o rosto do pai prometido: “Será eleito um novo Reitor que cuidará de vós e da vossa salvação eterna. Escutai-o, amai-o, obedecei-lhe, rezai por ele…” (Dom Bosco). Obrigado, P. Ángel, pelo teu coração de bom pastor e pela tua generosidade.

FRANCISCO NOS FASCINOU

Momento de intensidade especial foi o encontro com o Papa Francisco. Acolheu-nos e abençoou-nos, e em nós a cada um de vós e os jovens que o Senhor nos confia. Sua palavra precisa e incisiva tocou-nos o coração. No espírito da “Evangelii Gaudium”, recordou-nos que, como Dom Bosco, devemos ser homens de Evangelho, que vivem com simplicidade e generosidade a vida cotidiana com estilo austero e livre. Recordou-nos que o nosso Pai Dom Bosco ensinou-nos a amar os jovens com a amorevolezza que torna presente a ternura de Deus pelos seus filhos mais frágeis. Pediu-nos com insistência para sairmos para as periferias onde habitam os jovens e se manifestam mais intensamente a sua pobreza. Pediu-nos a não economizar esforços para destinar as pessoas melhores aos mais pobres que vivem sem perspectivas e sem futuro.

Papa Francisco, realmente, inflamou o nosso coração salesiano. Seu abraço foi expressão de afeto sincero aos filhos de Dom Bosco, e o apertar as nossas mãos na sua renovou a nossa adesão filial ao sucessor de Pedro como Dom Bosco sempre quis dos seus filhos. A mensagem do Santo Padre ficará em nossos corações e é um programa para todos nós.

CONTRACORRENTE E COM ESPERANÇA

O tema do nosso Capítulo Geral, a radicalidade evangélica, suscitou uma profunda reflexão que nos estimulou à conversão. Aprofundamos, a partir da Palavra com a riqueza de experiências diversas e na busca comum, o apelo que Deus nos faz hoje para sermos místicos no Espírito, profetas da fraternidade e servos dos jovens. Estamos convencidos de que aquilo que vivemos nestas semanas já é uma antecipação do caminho que queremos percorrer com todos vós e com as comunidades educativo-pastorais. Sonhamos o futuro e nos esforçaremos para que se torne realidade.

Unidos à Videira e como ramos novos (cf. Jo 15,1-8), nós salesianos sonhamos uma vida consagrada que, vivida com atitudes profundamente evangélicas, seja capaz de dialogar com a cultura e interrogar a realidade social em que vivemos. Desejamos para as nossas comunidades um estilo de vida simples, marcado pela alegria do Evangelho e pela paixão pelo Reino. Queremos viver como homens marcados por uma forte experiência de Deus e com os pés no chão, capazes de dar razão da esperança que trazemos no coração, com uma existência completamente entregue, autêntica, íntegra; empenhados na busca das periferias e nos desertos dos jovens mais abandonados.

Se vivermos contracorrente, seremos hoje significativos. Quando o individualismo cresce ao nosso redor, a fraternidade torna-se uma alternativa crível. Assumamos o desafio de edificar comunidades nas quais aprendamos a passar do “eu” ao “nós”, antepondo sempre o bem do irmão. Devemos ser capazes de abrir espaços de acolhida e de diálogo que ajudem a curar as feridas com relacionamentos maduros e regeneradores. Torna-se necessário o nosso decidido empenho para humanizar a vida comum a fim de superar as solidões e multiplicar a misericórdia. Em nosso mundo, a aposta pelo perdão e a paz torna crível o nosso modo de viver e mais claramente evangélico o nosso anúncio.

DESCENTRADOS

Cientes do novo momento eclesial em que vivemos, estamos convencidos de que a nossa vida consagrada é um grito contra o egoísmo e à autorreferência: trata-se de ir ao encontro das necessidades dos outros com a atitude misericordiosa de Jesus e a partir da nossa vida pobre e solidária. O nosso claustro é o mundo dos jovens em dificuldade e a nossa oração são as nossas mãos elevadas e a nossa ação empenhada em dar novamente dignidade aos mais excluídos. Por isso, não podemos economizar energias, nem tenhamos mais tempo para “as nossas coisas”, ou para fechar-nos em nossos interesses pessoais. Tenhamos diante de nós um êxodo que nos ajudará a alcançar outra terra, mil vezes prometida: a dos mais abandonados e dos mais pobres. Ali, como salesianos, encontraremos o nosso Tabor.

Francisco convidou-nos a nos situarmos nas fronteiras, nas margens, nas periferias do mundo, nos desertos existenciais onde muitos vivem como ovelhas sem pastor e não têm o que comer (cf. Mt 9,36). Esta é a chave de interpretação que o Papa nos oferece para nos descentrarmos, ou seja, buscar outros olhares que ofereçam pontos de vista diferentes e ajudem-nos a ler a realidade além de nós mesmos. Este é o desafio para a vida religiosa hoje: pensar e viver descentrados do nosso modo de olhar a realidade, muito seguros de nós mesmos, acomodados em obras já garantidas, ocupados num trabalho estruturado e satisfatório. Quando pensamos na renovação da nossa Congregação, não teremos aqui um critério de significatividade que nos pode ajudar a abrir novos horizontes às nossas estruturas? Não é fácil descentra-nos, mas é urgente fazê-lo se quisermos continuar a ser fiéis ao apelo de Deus.

Queridos irmãos,

Sentimos nestes dias o sopro do Espírito que “faz novas todas as coisas” (Ap 21,5). É o momento de tornar operativas as linhas do caminho que o nosso Capítulo Geral nos propõe. Movidos pela força do Espírito Santo e iluminados pela sua luz, queremos “avançar mar adentro” (Lc 5,4), navegar para águas mais profundas, na nossa vida consagrada e na missão juvenil e popular. Ouçamos a urgência de anunciar com audácia o Evangelho libertador de Jesus Cristo, boa notícia para os pequenos e os pobres. E se, vendo a entrega da nossa vida e da nossa alegria, alguém nos perguntar: “Por que o fazeis”?, responderemos com liberdade que Deus preenche a nossa existência e o seu grande amor nos interpela e grita em nós para que os jovens “tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).

Roma, 12 de abril de 2014.

Publicado originalmente no site da Inspetoria Salesiana São Pio X

CAPITULO2