Uma contínua efusão do Espírito

  nsaux        Tomás de Aquino nos ensina em sua “Teologia das Missões”, que “a cada nova missão, a cada nova vocação, deve corresponder uma nova efusão do Espírito”. Qual seja, necessitamos que o Espírito Santo, continuamente, promova uma “atualização da graça” em nós com vistas a nos capacitar para alcançarmos aquilo a que Deus nos tem destinados em nossa caminhada ruma à santidade.

          Diz Raniero Cantalamessa que “… Jesus ressuscitado não batiza no Espírito Santo unicamente no sacramento do batismo, mas, de modo diverso, também em outros momentos: na Eucaristia, na escuta da Palavra e, em geral, em todos os ‘meios da graça’” (“A poderosa unção do Espírito Santo, Ed. Raboni, p. 47 a 49). Assim, é importante sabermos que, para o crescimento na vida da graça, não basta simplesmente dizermos: “eu já tenho o Espírito Santo”. Não é suficiente já O termos recebido: é preciso que isso transpareça em nossas vidas. E que procuremos – oferecendo-Lhe  crescentes espaços de santidade em nossas vidas – tê-Lo de um modo cada vez mais abundante. Na sua carta aos Efésios, Paulo recomenda “… procurem estar repletos do Espírito” (cap. 5,18b). E não apenas Tê-Lo, mas pertencer a Ele, deixando-nos por Ele sermos possuídos e dirigidos, como nos ensina Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, n. 75: “Ele é aquele que, hoje ainda, como nos inícios da Igreja, age em cada um dos evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por Ele, e põe na sua boca as palavras que ele sozinho não poderia encontrar, ao mesmo tempo que predispõe a alma daqueles que escutam a fim de a tornar aberta e acolhedora para a Boa Nova e para o reino anunciado”. Coloquemo-nos, hoje, sob a proteção da oração de João Paulo II a favor dos leigos, que diz: “Ó Virgem Santíssima, Mãe de Cristo e Mãe da Igreja… Tu que estivestes no Cenáculo, com os Apóstolos em oração, à espera da vinda do Espírito de Pentecostes, invoca a Sua renovada efusão sobre todos os fiéis leigos, homens e mulheres, para que correspondam plenamente à sua vocação e missão, como vides da verdadeira videira, chamados a dar muito fruto para a vida do mundo” (ChL, 64).

O Grupo de Oração se reúne todas às quartas-feiras (20:00horas) na sala de reuniões da Paróquia.

Coordenação.

O Ano da Fé

nsaux“Um convite a nos tornarmos sinais vivos da presença do Ressuscitado no mundo”.

           Em outubro deste ano, o Papa Bento XVI abriu o Ano da Fé, com um convite para todos os fiéis católicos: o de buscarem “uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador de mundo” (Bento XVI, Carta Apostólica Porta Fidei). Pode-se dizer que o são dois os principais motivos da instituição desse Ano: celebrar o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II (1962 – 1965) e comemorar os vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, aprovado com a finalidade de “ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé”.

          O Ano da Fé se encerrará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de novembro de 2013, durante esse ano seremos convidados (1) a intensificar a reflexão sobre a fé, ajudando “todos os fiéis em Cristo a se tornarem mais conscientes e a revigorarem sua adesão ao Evangelho”; (2) a confessar a fé em todos os lugares; (3) seremos motivados a descobrir novamente os conteúdos da fé “professada, celebrada, vivida e rezada”.  Sem dúvida se trata de um tema vital para a Igreja e para a vida espiritual de cada um de nós, de nossas famílias e do próprio futuro da humanidade.

          A nossa fé supõe um testemunho e um compromisso público. Ela tem como fundamento o Senhor Ressuscitado. Ao longo do Ano fé deveremos manter o olhar fixo sobre Jesus Cristo, “autor e consumador da fé” (Hb 12,2). Porém, ter o olhar em Jesus Cristo deveria ser uma exigência de todos os dias e em todos os anos. Nele tudo encontra plena realização. Tanto a vida cristã como a nova evangelização, nascem de uma fé amadurecida.

          Ilumine-nos as palavras de São Pedro: “Sem terdes visto o Senhor, vós o amais. Sem que agora o estejais vendo, credes nele. Isto será para vós fonte de alegria inefável e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação” (I Pe 1,8-9).

 O Grupo de Oração se reúne todas às quartas-feiras (20:00horas) na sala de reuniões da Paróquia.

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Fé, Dom e Graça de Deus

          nsauxA fé não é mérito humano, mas obra do amor de Deus. A vida cristã se move na compreensão do amor de Deus por nós e de nossa resposta a Deus.

          O Papa Bento XVI nos conclama para celebrarmos o Ano da Fé num mundo que tenta viver sem Deus. Porém, sem Deus a existência humana não se explica em seu sentido maior. Sem fé que nos vem de Deus o cristianismo perde a força e o dinamismo como anúncio da Salvação.

Tendo Jesus Cristo como o nosso único Salvador e Redentor, o Ano da Fé, trata-se de conhecer, de amar e de viver melhor a mensagem do Evangelho e de conhecer mais de perto as grandes verdades e ensinamentos da Igreja de Cristo. Trata-se de entender melhor o que significa viver como cristão no mundo de hoje.

Recentemente, Bento XVI nos disse: “nas grandes religiões do mundo a fé corre o risco de se apagar como uma chama que já não encontra alimento. Por isso, estamos enfrentando uma profunda crise de fé, uma perda do religioso, que é um desafio para a Igreja de hoje”.

O Ano da Fé foi proclamado com o objetivo de tirar os cristãos do cansaço da fé e de tornar Deus presente em nossa vida novamente. É necessário renovar a vida cristã por um anúncio mais vigoroso do Evangelho e pela transmissão da doutrina católica contida no Credo.

“Desejo que o Ano da Fé possa contribuir para tornar novamente Deus presente neste mundo e para abrir aos homens o acesso da fé” (Bento XVI, proclamação do Ano da Fé).

(Com base no texto do Pe. Evaristo Debiasi)

 O Grupo de Oração se reúne todas às quartas-feiras (20:00horas) na sala de reuniões da Paróquia.

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Crianças o futuro da nossa Igreja

          No futuro da nossa Igreja, qual a responsabilidade da família?

          Nem é preciso dizer que as crianças são o futuro das famílias, da sociedade e da própria Igreja. Portanto, se elas nascem, crescem sadias e forem bem educadas, teremos a garantia de muitas famílias bem constituídas e felizes.

O primeiro e mais importante componente formativo de uma boa criancaspersonalidade das crianças é o amor. E esse componente já deve estar muito presente no ato da concepção. Toda criança deveria ser concebida numa relação de profundo amor.

Bons casais que vivem e cultivam o amor fiel e indissolúvel são a garantia de famílias “ninhos de amor”. Famílias ninhos de amor são a garantia de filhos ajustados, realizados e felizes. Casais com filhos felizes são a certeza de uma sociedade melhor, mais feliz. Mas também é verdade que famílias católicas mais felizes são a garantia de uma igreja mais feliz e mais realizadora de sua missão de auxiliar as pessoas a viverem o núcleo central do Evangelho, que é o amor, já nesta vida, em preparação para uma vida divinamente feliz na eternidade. Família católica feliz é certeza de crianças e filhos felizes e de uma igreja muito melhor. É com essa compreensão que podemos afirmar que as crianças são o futuro da Igreja. Casais católicos esclarecidos procuram criar um clima religioso favorável em seu lar. Se o casal é religioso, se compreende a importância de Deus na vida dos filhos, e eles procuram levar um “Deus de amor” ao coração dos filhos, estes são evangelizados na “igreja doméstica” e passarão a integrar a comunidade católica. Essa participação levará os benefícios das riquezas espirituais da Igreja para esses filhos.

As crianças bem formadas num ninho de amor, e que recebem a herança da fé em família, fé fortificada pelo exemplo dos pais, terá a facilidade de crer num Deus de amor, e se relacionar com esse Deus, por meio das práticas de sua fé. E essas crianças, sim, são o futuro da Igreja. Se os pais não praticam, os filhos também deixam de praticar. Muitos desses pais fazem questão, mais por tradição do que por fé vivida, de que os filhos façam a Primeira Comunhão e a Crisma. Só que esses filhos após esses sacramentos não pisam mais na igreja, e tudo o que ouviram e aprenderam se dilui como “gelo ao sol”… não sobra nada. Estas crianças, estes filhos, não são nenhuma garantia de um futuro bom para a Igreja. Até pelo contrário.

Futuro para a Igreja só são os filhos de casais que tem uma fé esclarecida, uma religiosidade que envolve suas vidas, e que tem a responsabilidade de passar a herança da fé verdadeira para seus filhos, como sendo uma herança do mais alto valor. Por isso, a Igreja leva a sério a formação de boas famílias para que sejam “igrejas domésticas”. E também se empenha para dar a melhor formação religiosa para as crianças que consegue atingir com suas pastorais. Formando famílias “ninhos de amor” e “igrejas domésticas” a Igreja está dando a melhor contribuição para que a sociedade também seja muito melhor.

(Com base no texto do Pe. Alírio José Pedrini, scj)

A sociedade sem afeto… gerando uma sociedade indiferente, anestesiada

          nsauxAs instituições sociais perderam a função de acolher a angústia de seus membros. E as principais falhas da sociedade na formação da identidade psicológica são:

1. A busca do prazer imediato, negando o conflito afetivo. Prevalecendo o prazer sobre o afeto, destrói-se o amor.

2. Perde-se a noção do limite, fundamental para relação afetiva.

3. O dono da Lei não respeita a Lei, gerando sua falência. Sem lei não temos a referência da pessoa, gerando comportamentos violentos.

4. Perda da referência que define a quem pertenço. Falta do “herói”, do “paizão”; sentimentos que geram a sensação de incompletude. O “Ser” (quem sou) é substituído pelo “Ter” (como sou).

5. A falta da efetividade exige um substituto. E o que se encontrou foi a exacerbação da sexualidade, que se tornou compulsiva (prazer imediato e constante). A cura se faz pela introdução de mais contato afetivo.

6. Negação da diferença individual, gerando medo. Quando o indivíduo é selecionado (criticado, excluído ou desvalorizado) por sua diferença, torna-se agressivo. A diferença aparece como um “mal”. Transformar o outro num igual parece ser a solução. Mas isto só é conseguido com violência, destruindo a identidade do outro.

7. Troca do Ético pelo Estético. O sentimento pela perda torna-se insuportável, causado pelo medo de envelhecer (desinteresse pelo futuro ou medo da frustração causada pela falta). O estético atrela o indivíduo ao prazer imediato, intensificando a angústia de morte, que é a predominância da incapacidade de suportar frustrações de perdas.

A sociedade sem afeto estimula a perda da identidade. A referência identificatória desloca-se para o prazer e para a posse de objetos que proporcionem o prazer. A ausência de identidade gera a anarquia dos impulsos e dos sentimentos, impedindo o aparecimento do desejo, gerando uma sociedade indiferente, anestesiada, onde predomina o prazer imediato, sem a preocupação com o outro.

A solução é o resgate do papel afetivo das instituições sociais, principalmente da família, onde o acolhimento e a escuta da angústia torna o sujeito capaz de suportar frustrações, perdas e medos, e de se livrar do narcisismo primário, tornando-se solidário, grato e em condições de cuidar de si e dos outros.

(Com base no texto do Dr. Ivan Roberto Capelatto)

 O Grupo de Oração se reúne todas às quartas-feiras (20:00horas) na sala de reuniões da Paróquia.

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