As instituições sociais perderam a função de acolher a angústia de seus membros. E as principais falhas da sociedade na formação da identidade psicológica são:
1. A busca do prazer imediato, negando o conflito afetivo. Prevalecendo o prazer sobre o afeto, destrói-se o amor.
2. Perde-se a noção do limite, fundamental para relação afetiva.
3. O dono da Lei não respeita a Lei, gerando sua falência. Sem lei não temos a referência da pessoa, gerando comportamentos violentos.
4. Perda da referência que define a quem pertenço. Falta do “herói”, do “paizão”; sentimentos que geram a sensação de incompletude. O “Ser” (quem sou) é substituído pelo “Ter” (como sou).
5. A falta da efetividade exige um substituto. E o que se encontrou foi a exacerbação da sexualidade, que se tornou compulsiva (prazer imediato e constante). A cura se faz pela introdução de mais contato afetivo.
6. Negação da diferença individual, gerando medo. Quando o indivíduo é selecionado (criticado, excluído ou desvalorizado) por sua diferença, torna-se agressivo. A diferença aparece como um “mal”. Transformar o outro num igual parece ser a solução. Mas isto só é conseguido com violência, destruindo a identidade do outro.
7. Troca do Ético pelo Estético. O sentimento pela perda torna-se insuportável, causado pelo medo de envelhecer (desinteresse pelo futuro ou medo da frustração causada pela falta). O estético atrela o indivíduo ao prazer imediato, intensificando a angústia de morte, que é a predominância da incapacidade de suportar frustrações de perdas.
A sociedade sem afeto estimula a perda da identidade. A referência identificatória desloca-se para o prazer e para a posse de objetos que proporcionem o prazer. A ausência de identidade gera a anarquia dos impulsos e dos sentimentos, impedindo o aparecimento do desejo, gerando uma sociedade indiferente, anestesiada, onde predomina o prazer imediato, sem a preocupação com o outro.
A solução é o resgate do papel afetivo das instituições sociais, principalmente da família, onde o acolhimento e a escuta da angústia torna o sujeito capaz de suportar frustrações, perdas e medos, e de se livrar do narcisismo primário, tornando-se solidário, grato e em condições de cuidar de si e dos outros.
(Com base no texto do Dr. Ivan Roberto Capelatto)
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