Queridos paroquianos: paz e alegria!
Estamos encerrando um conjunto de grandes Festas (Páscoa, Ascensão, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi), a liturgia nos leva a contemplar o Coração de Jesus.
Além de designar um órgão vital do corpo humano, o “coração” também significa num sentido analógico, valores de ordem moral. Muitas vezes ouvimos esta expressão: aquela pessoa tem um “coração de ouro”; aquela tem um “coração de pedra”.
Na Sagrada Escritura, encontramos quase mil vezes a palavra “coração”. Cito apenas dois exemplos: No Antigo Testamento, o profeta Ezequiel nos diz: “Eu lhes darei um só coração e os animarei com um espírito novo: extrairei do seu corpo o coração de pedra, para substituí-lo por um coração de carne” (Ez 11,19). No Novo Testamento, encontramos a seguinte expressão do Evangelista Marcos: Bem aventurados os puros de coração, porque verão a Deus! (Mt 5,8)
O Sagrado Coração é a imagem mais bonita do amor de Jesus por cada um de nós. É a expressão daquilo que São Paulo disse: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl 2,20). É o convite para que cada um de nós retribua a Jesus este amor, vivendo segundo a Sua vontade e trabalhando com a Igreja pela salvação das almas.
Na caminhada da Igreja, temos o exemplo de muito Santos que veneraram o Coração de Jesus. Santo Agostinho disse: “Vosso Coração, Jesus, foi ferido, para que na ferida visível contemplássemos a ferida invisível de vosso grande amor”. São Eudes, grande propagador desta devoção do século XVII, escreveu o primeiro ofício litúrgico em honra do Sagrado Coração de Jesus.
Certa vez Jesus foi questionado por um escriba (doutor da lei) com a seguinte pergunta: qual é o primeiro de todos os mandamentos? Eis a resposta de Jesus: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma com toda a tua mente, e com todas as tuas forças” (Mc 12,30).
Um dos exemplos mais admirável desta disposição foi a vida de Santa Margarida Maria Alacoque, enaltecida por Nosso Senhor como “discípula dileta de meu coração”. A ela de deve a grande expansão no século XVII, e os seguintes, da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, principalmente sob dois aspectos: o amor e a reparação àquele Coração, ofendido pelos pecados dos homens de “coração duro”, “fechado” para a graça de Deus. A ela Nosso Senhor pediu que fosse instituído o excelente costume da comunhão reparadora das primeiras sextas-feiras de cada mês.
A Missa em honra ao Sagrado Coração de Jesus, foi aprovada pelo Papa Clemente XIII. O Papa Pio X, no dia 23 de Agosto de 1856, estendeu a Festa para toda a Igreja a ser celebrada na sexta-feira após a festa de Corpus Christi. O Papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus.
Cada vez mais, a humanidade precisa se aproximar de Jesus Cristo. Ele deixou de estar no centro dos corações de muitas pessoas. Ele é ultrajado de todos os modos. É necessário reentronizar o Sagrado Coração de Jesus nas almas, nas famílias, nas instituições, enfim, em todas as nações.
Que todos nós possamos repedir diariamente: “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso.”
Que o Sagrado Coração de Jesus, ilumine os lares de todas as nossas famílias.
P Juarez Testoni, sdb