1. Comunhão na mão ou na boca?
Disse Jesus: “Tomai todos e comei […] tomai todos e bebei”. Não encontramos aqui nenhuma referência à forma como Jesus distribui o Pão e o Vinho a seus discípulos. Parece óbvio, no entanto, que ele seguiu os costumes judaicos da época.
Temos muitos testemunhos dos primeiros séculos que nos indicam que o pão consagrado era dado, então na mão do comungante e os fiéis bebiam do Cálice.
Vejamos esta linda catequese de São Cirilo de Jerusalém:
“Quando vieres para receber a comunhão , não te aproximes com as mãos abertas, nem com os dedos separados, mas com a tua mão direita faze um trono para a esquerda, que vai receber o Rei. Recebe o Corpo de Cristo no côncavo da tua mão e responde: “Amém”. Com atenção santifica então os teus olhos vendo o santo Corpo, come-o cuidando para que nada se perca. Se perderes um pedaço, isso seria como a perda de um de teus membros. Dize-me, se alguém te desse um pedacinho de ouro, não terias o maior dos cuidados, para não perderes algum pedaço, sofrendo com isso um dano? Não deverias, pois, estar ainda mais atento àquilo que é bem mais valioso que o ouro ou as pedras preciosas, para não deixares cair sequer uma migalha? Para não perder nada daquilo que é mais precioso que o ouro e as pedras preciosas?”
Ainda segundo São Cirilo, para beber o vinho consagrado, o fiel deveria também primeiro inclinar-se, em atitude de adoração e de respeito, e dizer “amém”. É importante que a pessoa que comunga diga o “amém”, como afirmação de fé na presença do Senhor. O fiel deve comungar em frente ao ministro, antes de regressar ao seu lugar.
Hoje, os fiéis são livres para escolher a forma (na boca ou na mão) de receber a comunhão do Corpo de Cristo. Mais importante do que a forma é a atitude interior de fé, comunhão e dignidade que precisamos ter quando nos aproximamos da mesa do Senhor. Como sempre, o mais importante, na liturgia é unir a interioridade do espírito com a exterioridade do rito e do símbolo.
Para valorizar ainda mais o sacramento que receberemos, devemos estar em jejum uma hora antes da sagrada comunhão (à exceção das pessoas idosas e doentes, bem como das que cuidam delas).
Texto: Pe. Carlos Gustavo Haas