Para nós cristãos, o objetivo da Páscoa é celebrar a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
O primeiro registro da celebração da Páscoa está em conexão com a visita de Policarpo (bispo de Esmirna) a Aniceto (o bispo de Roma), em 154, a fim de chegarem a um acordo sobre o tempo da Páscoa. Policarpo representava o costume mais antigo de observá-la com uma vigília, terminando com a Santa Ceia, durante a noite do 14º dia do mês de nisã (calendário judaico), como a Páscoa judaica, independentemente do dia da semana. Aniceto representava o costume romano de celebrar a Páscoa no domingo. Eles não chegaram a um acordo e continuaram cada um com sua prática. O problema se tornou tão grave que foram realizadas reuniões por volta do ano 190, e decidiram que a Páscoa seria comemorada sempre no domingo. Em 314, o Concílio de Arles sugeriu que o Bispo de Roma indicasse a data anual da festa para todas as igrejas. Mas foi no Concílio de Nicéia (325) que se estabeleceu uma data única para a festa da Páscoa. As demais práticas foram desaparecendo e a legislação civil contribuiu para isso.
Hoje, nós celebramos a Páscoa durante 50 dias, iniciando no Domingo da Ressurreição e finalizando no domingo anterior ao Dia de Pentecostes (50 dias após a Páscoa). A primeira semana da Páscoa é chamada de oitava da Páscoa e é celebrada como uma única grande celebração. Os domingos do Tempo Pascoal são chamados Domingos da Páscoa e não mais Domingos depois da Páscoa. Esse Tempo é o mais importante do Ano Litúrgico e todo o calendário cristão gira em torno da Páscoa.
Mas a celebração da Páscoa não se esgota no tempo pascal. Páscoa é um novo dia que ainda dura. No evangelho (Lucas, 24), o dia da Páscoa é o mais longo do ano. É um dia que não termina. É a uma história que não termina. Após a Ascensão de Jesus, sempre no mesmo dia, os discípulos voltaram ao templo para bendizer a Deus (Lc 24,52-53). O que Lucas quer que compreendamos é que a Páscoa é uma nova aventura, um novo dia para a Igreja, que é sinal da presença do Ressuscitado através dos seus discípulos, os cristãos de todos os tempos. Essa aventura não termina; ela continua na Igreja de hoje. É um dia novo que dura… Nós estamos sempre no domingo de Páscoa! E todos os domingos são uma celebração da Páscoa de Cristo.
(Com base no texto do Pe. Francisco Sehnem, csj)