Servo de Deus Elias Comini

COMINI

Servo de Deus Elias Comini

Início do Processo: 3-12-1995

Conclusão do Processo: 25-11-2001

 

Elias Comini nasceu no dia 7 de maio de 1910 em Calvenzano, província de Bolonha, de Cláudio e Ema Limoni. Em 1914, a família de Elias transferiu-se para a localidade Casetta, paróquia de Salvaro. O arcipreste de Salvaro, Mons. Fidêncio Mellini, como militar tinha freqüentado São João Bosco, que lhe tinha profetizado o sacerdócio. Mons. Mellini gostava muito de Elias pela sua fé, bondade e capacidades intelectuais singulares.

 

De acordo com os pais, mandou-o para a escola dos salesianos em Finale Emilia, onde Elias pediu para ser salesiano. Depois do noviciado em Castel de’ Britti, fez a primeira profissão religiosa em 1926. No mesmo ano morreu o pai de Elias. A partir daquele momento o Arcipreste será o seu segundo pai. Completou os estudos em Turim-Valsalice, laureando-se em seguida em letras na universidade estatal de Milão. Em 16 de março de 1935 foi ordenado sacerdote.

 

O P. Elias Comini foi sacerdote e professor, apóstolo e educador de jovens, nas escolas salesianas de Chiari e de Treviglio. Encarnou particularmente a caridade pastoral de Dom Bosco e os traços da amabilidade salesiana, que transmitia aos jovens através do caráter afável, da bondade e do sorriso. No verão de 1944 foi a Salvaro para assistir à velha mãe e ajudar Mons. Mellini.

 

A região tornou-se o epicentro de guerra entre aliados, partigiani e alemães, entre o terror da população e a devastação quase total. Os salvarenses e os desalojados daquelas localidades tiveram sempre o P. Elias ao seu lado, pronto para as confissões, zeloso na pregação, hábil em aproveitar os próprios dotes de musicista para tornar mais alegres as funções sacras. Ao lado do dehoniano P. Martino Capelli, visita e socorre os prisioneiros e refugiados, medica os feridos, sepulta os mortos, cria paz entre a população e os alemães, muitas vezes com risco da própria vida.

 

À paróquia de Salvaro, cheia de clandestinos refugiados, chega a notícia de que, depois de um embate com os guerrilheiros, as terríveis SS tinham capturado 69 pessoas, entre as quais havia moribundos necessitando de conforto. P. Elias e P. Martinho sob fogo inimigo tomam os óleos santos e vão até eles. São capturados porque considerados espiões dos partigiani, e obrigados a trabalhar duramente. Foram colocados junto com os reféns numa estrebaria. P. Elias recusou, com heróica caridade pastoral, a liberdade que lhe foi proposta, para permanecer com os outros prisioneiros. Disse: “Ou nos libertam a todos, ou nenhum!”.

 

Foram processados e acusados injustamente. Antes do fuzilamento P. Elias e P. Martinho, como tinham feito Dom Versiglia e o P. Caravario, confessaram-se um ao outro. Depois o P. Elias pronunciou com voz alta a absolvição dos demais prisioneiros, que responderam com o sinal da cruz. Seus restos mortos foram depois dispersos no rio Reno.